Petrobrás 70 anos: CMT lança cartilha sobre estatal em parceria com AEPET


Wellington Penalva
03/10/2023

Entre os temas abordados estão a defesa e o fortalecimento da empresa para atender ao interesse público

 

A Petrobrás completa 70 anos e sua história remonta os esforços trabalhistas para fortalecer a soberania nacional e levar desenvolvimento social e econômico para os brasileiros. Para esclarecer à população sobre a importância da estatal, o Centro de Memória Trabalhista (CMT) do PDT, em parceria com a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), está lançando uma cartilha que aborda toda a trajetória da estatal brasileira, com análise de especialistas e de grandes lideranças trabalhistas. O lançamento acontece no próximo dia 3 de outubro, a partir das 19h, na Sala 2 do Cine Cultura do Shopping Liberty Mall, em Brasília.

O material conta com textos do presidente nacional licenciado do PDT e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi; do presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) e secretário-geral do partido, Manoel Dias; e de Ciro Gomes, vice-presidente nacional da legenda e presidenciável pedetista no último pleito. O jornalista e escritor trabalhista, José Augusto Ribeiro, e o falecido jornalista Paulo Henrique Amorim também são signatários da cartilha.

Percorrendo o material é fácil compreender como a Petrobrás se tornou uma das maiores empresas petrolíferas do globo. Na defesa da economia e soberania nacionais, a estatal se desenvolveu, inclusive tecnologicamente, para dar ao Brasil autossuficiência energética. O objetivo foi alcançado, contudo forças contrárias ao soberano e independente desenvolvimento brasileiro tentam minar o maior legado trabalhista da história.

A cartilha é eficiente na defesa da mega estatal, apontado erros e acertos em sua condução ao longo das sete décadas de existência. O conteúdo também aponta políticas necessárias para a manutenção da Petrobrás sob domínio brasileiro, atendendo as demandas para a qual foi criada e beneficiando a população do país. A publicação já está disponível em https://flb-ap.org.br/biblioteca/.

 

Breve histórico da Petrobrás

O papel do trabalhismo na criação e manutenção da Petrobrás é uma peça crucial na história do Brasil e de sua busca pela soberania nacional e desenvolvimento. A estatal, que surgiu em 1953 sob a liderança de Getúlio Vargas, representa um marco na autonomia energética do país e na proteção de seus recursos estratégicos.

“Getúlio Vargas era um homem de visão estratégica. Trabalhista por natureza, transformou o Brasil para sempre com suas ações em defesa do trabalhador; ao mesmo tempo em que transportava a economia brasileira do campo para as indústrias. Mas – de longe – a criação da Petrobrás, em 1953, foi o maior dos legados deixados por Vargas para as gerações futuras, o símbolo maior da soberania nacional de todos os tempos”, diz Lupi na cartilha.

O petróleo, um recurso vital, sempre atraiu interesses internacionais, e o trabalhismo reconheceu que a única maneira de proteger o Brasil desse domínio estrangeiro era estabelecendo o controle estatal sobre o setor. Getúlio Vargas, um líder visionário, enxergou a importância de criar uma empresa estatal que não apenas explorasse o petróleo, mas também refinasse e distribuísse, garantindo que todo o ciclo estivesse sob controle nacional.

Essa visão audaciosa culminou na fundação da Petrobrás, que se tornou um símbolo da soberania nacional e um catalisador do desenvolvimento econômico do Brasil. A empresa não apenas forneceu energia para o país, mas também gerou empregos, financiou projetos de pesquisa e desenvolvimento, e contribuiu significativamente para a economia.

No entanto, ao longo dos anos, forças antinacionalistas têm buscado minar a Petrobrás. As pressões vão desde interesses estrangeiros que desejam acesso aos recursos petrolíferos brasileiros até políticos que veem oportunidades de lucro pessoal na privatização da estatal. O governo de Fernando Henrique Cardoso abriu as portas para a desestatização e, desde então, a empresa tem enfrentado uma série de desafios, incluindo a pressão constante da privatização.

“Criminosas são as ações irresponsáveis do desmonte feito na Petrobrás em meio às falácias enganosas de um governo que tende, exclusivamente, a atender aos interesses internacionais, e que visa o ajoelhar do nosso povo perante as potências ávidas pelo nosso mais sublime patrimônio”, alerta Manoel Dias em texto que assina no material. Vale lembrar que esse discurso se referia ao então governo Bolsonaro, último presidente da República a atacar diretamente a estatal.

Privatizar a Petrobrás seria um erro histórico, colocaria em risco a soberania nacional e o desenvolvimento do país. A empresa desempenha um papel fundamental na regulação de preços e na defesa do consumidor contra cartéis. Além disso, é papel da estatal impedir abusos de empresas privadas e garantir preços acessíveis para produtos e serviços essenciais.

É fundamental que a sociedade brasileira compreenda a importância da Petrobrás e defenda sua permanência como uma empresa estatal forte e comprometida com o interesse público. Seguir os princípios do trabalhismo, que buscam um Brasil mais justo e igualitário, é a chave para preservar a soberania nacional e promover o desenvolvimento sustentável do país.