Neste dia, quando comemoramos o 40º ano de desfiles da Passarela do Samba, minha homenagem a todas e todos que lutaram e construíram a Passarela e os mais de 500 Centros Integrados de Educação (Cieps) nos Governos de Leonel Brizola – 94 CIEPs no Rio Grande do Sul, sob a liderança do Grande Alceu Collares –; e no Espírito Santo, no Governo de Albuíno Azeredo.
No Ciesp, se reúne educação, alimentação, acolhimento, saúde, esporte, lazer para a comunidade, biblioteca, auditório, sala para estudos dirigidos, administração, quadras poliesportivas, piscinas, vestiários e dormitórios para os alunos residentes.
O Sambódromo era Passarela do Samba no Carnaval, e nos camarotes e sob as arquibancadas; no ano inteiro, eram 160 salas de aula e biblioteca. Hoje, graças ao descaso criminoso das autoridades posteriores, não mais.
Além dos Cieps, Brizola criou a Fábrica de Escolas, com pré-moldados para baratear os custos- e evitar a corrupção, no sistema de encaixe de peças; foram produzidas 120 escolas para idade pré-escolar.
A Praça da Apoteose abriga o Museu do Samba, unindo apoio à educação integral e à cultura popular.
A Globo foi contra o projeto, desde o início: disse que não ia ficar pronto, que iria desabar, e que não iria transmitir o desfile. Ficou pronto em tempo recorde, não caiu e Brizola, encarando o gigante da mídia corporativa, entregou a transmissão à TV Manchete, que a fez com sucesso. No ano seguinte, a Globo voltou a transmitir o desfile, mas sem exclusividade: Manchete e TVE também transmitiram.
Brizola foi um governador cercado – com minoria na Alerj. Mesmo assim, deixou vasta obra. Seus sucessores trabalharam para destruir sua obra e apagar seu legado.
Minha homenagem a Oscar Niemeyer, Darcy Ribeiro e Leonel Brizola e aos que lutaram pela continuidade do processo de Libertação Nacional e Emancipação Social, representado na Heroica campanha de Darcy Ribeiro Governador, em 1986.
Heroica, sim: se uniram contra nós uma certa esquerda e toda a direita. Os Cieps foram caluniados, pelos mesmos que dizem, hoje, defender educação em tempo integral.
Darcy Ribeiro foi caluniado. Disseram , em horário eleitoral – era tempo da histeria do Plano Cruzado –, para buscar boi na fazenda dele. Ele só tinha uma casa no litoral.
Prestes, contra quase toda a esquerda organizada, apoiou sozinho, com seus amigos e simpatizantes – era tempo da histeria do Plano Cruzado – Brizola e Darcy – era tempo da histeria do Plano Cruzado –; e quase foi agredido no 1º.de maio de 1986, na Quinta da Boa Vista.
Hoje, eles dizem que não disseram e fizeram, o que sabemos que eles disseram e fizeram.
Como no Conto de Natal de Dickens, “o fantasma do Natal passado” ainda vai assombrá-los por muito tempo.
Não vou citá-los nominalmente; eles não merecem estar numa data tão importante como esta. Sabemos quem são; e eles sabem que sabemos.
Fomos derrotados na eleição, mas saímos mais fortes: podemos nos orgulhar do que fizemos naquela memorável campanha!
Honra e Glória a Niemeyer, Darcy, Collares, Prestes e Brizola!
Viva o Trabalhismo: Nacional Libertador, Democrático, Popular, a Caminho do Socialismo!
A Cultura Trabalhista, que incorpora amplas massas no processo de Libertação Nacional e Emancipação Social não pode morrer, para a possibilidade de futuro da Pátria e da luta pelo Socialismo.
Com a colaboração de Celina Carvalho, Ivana Groff e Humberto Assumpção- ex-vereador (dois mandatos) do PDT de Macaé (RJ).
*Mário Arthur Sampaio é professor universitário e militante do PDT, pós-doutor em História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em Serviço Social pela UFRJ.