“A principal arma que o Brizola usou para criar a Rede da Legalidade foram as suas palavras”, enfatiza Lupi na Câmara dos Deputados

Foto: Alexandre Amarante/PDT na Câmara

Por Elizângela Isaque
24/08/2023

“A principal arma que o Brizola usou para criar a Rede da Legalidade foram as suas palavras; a força de suas convicções; a força de suas ideias”, enfatizou Carlos Lupi, ministro da Previdência Social e presidente nacional licenciado do PDT, diante de uma enorme plateia, composta majoritariamente por estudantes do ensino médio, que lotou o auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (22). A ocasião foi o Seminário da Legalidade, evento que que também foi prestigiado por Manoel Dias, secretário-geral nacional do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (FLB-AP), pelo deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), presidente nacional do PDT em exercício, e outras lideranças.

O momento mais aguardado da tarde foi precedido e anunciado por Zeca Brito, cuja fala precedeu a exibição do seu premiado filme “Legalidade”, película que retrata o movimento histórico liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, em 1961, que, para defender a democracia e o cumprimento da Constituição Federal do país, mobilizando a população em um movimento de resistência para garantir a posse do presidente João Goulart, em meio à ameaça de golpe militar. Quem anunciou o filme foi seu diretor, Zeca Brito

“A principal luta e a única luta na história republicana brasileira que um civil conseguiu impedir um golpe, que só aconteceu dois anos depois, com o golpe de 1964”, declarou Lupi que, em sua fala, situou didaticamente os presentes acerca do contexto histórico, paralelo à trajetória política e a luta de Brizola em defesa da democracia e do povo brasileiro por meio da Campanha da Legalidade, cuja dada é, desde 2009, oficialmente relembrada e celebrada todo 25 de agosto, por aprovação de um projeto de lei do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS), também presente no evento.

“Nós somos uma nação que precisa cultuar a sua memória e seus ídolos, e suas referências. Porque uma nação que não tem história não tem direito a um bom futuro. Uma nação que não sabe de onde vem não sabe para onde pode ir. E essa Rede da Legalidade é essa marca”, frisou Carlos Lupi.

Para o deputado André Figueiredo, “quem estuda a Rede da Legalidade se apaixona pela coragem de Brizola, se apaixona pela liderança que ele mostra”. Segundo o líder da bancada pedetista na Câmara, “a democracia é o único caminho para se viver e construir um Brasil melhor”.

Rebeldia consciente

Já Manoel Dias, dirigindo-se aos jovens, ali representados pela maioria dos expectadores, embalado pela forte comoção causada pelo filme, estando ele mesmo visivelmente emocionado, chamou a atenção para o fato de que a luta histórica travada e liderada por Leonel Brizola para impedir o golpe, era a luta da democracia.

“É certamente a maior liderança que esse país teve. Rebelde! E aqui tem jovens. O jovem tem que ser rebelde. Não aceitais o modelo econômico que privilegia as elites em detrimento da maioria do povo que vive na exclusão, na miséria e na ignorância”, alertou o secretário-geral do PDT.

Manoel Dias destacou ainda que o legado de Brizola se deve à sua rebeldia, movida sobretudo à lealdade a seus princípios e amor à Patria, e mencionou o fato de que, desde 1956, Briozola percorria as universidades brasileiras, estimulando o debate e a reflexão acerca da importância de se defender a liberdade e a democracia.

“Brizola começou saindo lá de Carazinho, foi para São Leopoldo, depois, Porto Alegre, e nunca perdeu a sua fidelidade a seus princípios e a suas origens. Morreu rebelde. Nunca negou suas origens, e fez de tudo para que o povo brasileiro pudesse viver em um regime democrático”, pontuou Dias.

Márcio Honaiser (PDT-MA), Leônidas Cristino (PDT-CE) e Max Lemos (PDT-RJ) estão entre os deputados federais pedetistas que também prestigiaram o evento, assim como parlamentares de outras legendas, como a deputada Maria do Rosário (PT-RS), idealizadora do Seminário. Além do líder Manoel Dias, também representaram a FLB-AP André Menegotto, secretário-geral da FLB-AP,  o professor José Carlos Hassier, diretor do Centro de Formação Gestores Trabalhistas (CFGT), João Cyrilo, Secretário Nacional de Núcleos de Base, o ex-deputado federal e colaborador da Fundação Nelton Friedrich e Ades Oliveira, secretário Executivo da FLB-AP, entre outros.