Trajano Ribeiro, signatário da Carta de Lisboa e fundador do PDT, morre no Rio aos 79 anos


28/02/2023

Carlos Lupi: ‘Perdemos hoje, com tristeza e dor, um amigo e companheiro da fundação do Partido’

O advogado Trajano Ribeiro, signatário da Carta de Lisboa e do manifesto de fundação do PDT, companheiro da primeira hora de Leonel Brizola na reconstrução do Trabalhismo após a ditadura, morreu na manhã de hoje (28/2) no Rio de Janeiro aos 79 anos de idade após curta enfermidade. Ex-Secretário de Turismo e presidente da Riotur, Trajano deixou dois filhos, Augusto e Luciana, três netos e Maria Ribeiro – sua esposa e companheira de toda a vida. Gaúcho de Erexim, Trajano era sobrinho de Neusa Brizola, mulher de Brizola.

O presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, registrou em seu Instagram: “Perdemos hoje, com tristeza e dor, um companheiro de fundação do partido e amigo: Trajano Ribeiro”. Segundo Lupi, Trajano marcou a reconstrução do Trabalhismo como um dos organizadores do Encontro de Lisboa de 1979 tornando-se um dos ícones históricos do partido ao lado de Getúlio Vargas, João Goulart e do próprio Brizola.

Já o secretário-geral do partido e presidente nacional da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), Manoel Dias, registrou em nota: “É com profundo pesar que recebo a notícia do falecimento do companheiro Trajano Ricardo Monteiro Ribeiro, um dos fundadores de nosso partido e um de seus filhos mais ilustres e combativos”.

Na opinião de Manoel Dias, Trajano engrandeceu a luta do Trabalhismo como pessoa extremamente carismática que sempre foi, fiel aos princípios partidários e firme em suas convicções.

“Trajano jamais titubeou na defesa de nossas mais caras bandeiras e não se curvou mesmo nos momentos mais difíceis de nossa causa partidária”, assinalou. Maneca também frisou: “Referência de nossa História que ajudou a construir, Trajano era uma fonte de sabedoria e ensinamentos, sempre disposto a formar novas gerações” e agora, com a sua partida, “ficam seu legado, sua alegria, suas histórias e seu companheirismo”.

O secretário do PDT-RJ, Ismael Lisboa, informou que o velório de Trajano Ribeiro será amanhã (01) no Crematório Memorial do Carmo, no Caju, na sala 06, a partir das 11 horas da manhã, no Rio de Janeiro.

Já o deputado federal Pompeo de Matos (PDT-RS) fez questão de registrar: “Lamento a perda do companheiro trabalhista Trajano Ribeiro, um dos fundadores do PDT”. A família pedetista se despediu de Trajano através de mensagens para a família e especialmente para o seu filho, Augusto Ribeiro, presidente do Diretório Municipal do PDT do Rio de Janeiro.

Entre outros movimentos organizados do partido lamentaram a morte de Trajano os dirigentes nacionais nacionais da Juventude do PDT, do Movimento de Mulheres, do Movimento dos Aposentados e Pensionistas e do Movimento de Educação. E também muitos militantes históricos da legenda, como Chicão e Milton, da Vila Kennedy – também fundadores do PDT ao lado de Brizola e Trajano.

Junto com Clovis Brigagão, outro fundador do PDT, Trajano Ribeiro escreveu o livro intitulado “Brizola”, editado pela Paz e Terra, que teve a preocupação de mostrar para as novas gerações o lugar de Leonel Brizola na política brasileira. Revivendo grandes momentos da história de Brizola, Trajano e Brigagão explicam quanto foi fundamental a dedicação de Brizola à política ele que foi o único brasileiro a governar dois estados – Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O livro contém e lembra pérolas de Brizola como a frase – “Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem vergonha” ou “Sou como uma planta no deserto, basta uma única gota de orvalho para me alimentar”. Na obra, Trajano e Brigagão exaltaram o político que criou o PDT e se dedicou durante 50 anos a luta por uma nação independente das amarras estrangeiras, por uma educação de qualidade e inclusiva e por ideais que o mantinham firme no sonho de se tornar presidente do Brasil.

Em novembro do ano passado, Trajano Ribeiro deu longa entrevista ao diretor do Centro de Memória Trabalhista, Henrique Mattiesen, sobre o PDT e o Encontro de Lisboa que ajudou a organizar, em 1979, a pedido de Leonel Brizola.

Assista a íntegra da entrevista de Trajano Ribeiro (2h40m) ao Centro de Memória:

Leia abaixo íntegra da nota do secrtário-geral do PDT e presidente nacional da FLB, Manoel Dias:

Nota de pesar

É com profundo pesar que recebo a notícia do falecimento do companheiro Trajano Ricardo Monteiro Ribeiro, um dos fundadores do nosso Partido.

O Trabalhismo se despede de um de seus filhos mais ilustres e combativos. Trajano engrandeceu sobre maneira nosso PDT e a nossa luta.

Carismático, fiel, com um bom papo, sempre foi firme às suas convicções, jamais titubeou na defesa de nossas mais caras bandeiras e não se curvou mesmo nos momentos mais difíceis da nossa causa partidária.

Referência de nossa História que ajudou a construir, Trajano era uma fonte de sabedoria e ensinamento, sempre disposto a formar as novas gerações do Trabalhismo.

Ficam seu legado, sua alegria, suas histórias, sua amizade e o seu companheirismo.

Obrigado, amigo!

Manoel Dias
Secretário-geral nacional do PDT e presidente da FLB-AP