Fundação reúne movimentos do PDT para debater virtualmente o planejamento integrado


Por Bruno Ribeiro / FLB-AP
25/05/2020

A Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) promoveu, nesta segunda-feira (25), uma reunião virtual com presidentes e lideranças dos movimentos do PDT para debater o planejamento integrado de ações de formação e mobilização em níveis nacional e regionais.

Conduzida pelo presidente da FLB-AP, Manoel Dias, a iniciativa analisou as proposições de cada organização para atuação tanto no ambiente virtual durante a pandemia, quanto para as medidas presenciais após o encerramento do isolamento social. Já o secretário-executivo da Fundação, Ades Oliveira, conduziu a pauta que abordou os serviços gratuitos oferecidos pela entidade, a partir da Universidade Aberta Leonel Brizola, dos Núcleos de Base, do Centro de Memória Trabalhista e da Central de Mídias Sociais.

Ao longo da atividade, destaque para a troca de experiências entre os presidentes nacionais de oito movimentos, incluindo Amanda Anderson, do PDT Diversidade; Miguelina Vecchio, da Ação da Mulher Trabalhista (AMT); William Rodrigues, da Juventude Socialista (JS), Rafael Weree, do Movimento Indígena; Jordaci Matos, do Movimento Comunitário Trabalhista (MCT); Roberto Viana, do Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR); Ivaldo Paixão, do Movimento Negro, e Marcelo Monteiro, do PDT-AXÉ.

Na véspera dos 40 anos do PDT, Manoel Dias, que também é secretário-nacional do partido, pontuou o progresso do plano estratégico da Fundação e o potencial de alcance das boas práticas a partir da contribuição dos movimentos, que tem elo direto com o público-alvo: o cidadão nas cidades.

“Temos que nos preparar para poder conscientizar o povo e os futuros candidatos para o embate. Assim, promoveremos as mudanças e reformas necessárias. Precisamos avançar, pois não podemos criar falsas expectativas em um momento tão crítico da realidade do país”, ponderou Dias, ao citar a criação dos núcleos de base até no formato digital.

“Com a pandemia e toda essa mudança radical na vida das pessoas, temos que estar na ponta para dialogar. Por isso, os movimentos representam a conexão para o sucesso dessa empreitada, que leva conhecimento e organização para a população”, completou.

Presença

Para Amanda Anderson, a internet está cada vez mais difundida no dia a dia do movimento, que busca a proximidade e a articulação como forma de fortalecer as políticas LGBTQI+ em todo o país, bem como combater os retrocessos difundidos pelo governo Bolsonaro.

“O PDT diversidade, no tempo de quarentena, está com uma programação intensa de lives com pré-candidatos e presidentes estaduais. Nós trabalhamos debates sobre educação, economia e a história do PDT, por exemplo, para sair da bolha e da zona de conforto”, comentou.

Jordaci Matos seguiu na mesma linha de enfrentamento do bolsonarismo, que prega o ódio e a discriminação. Para ele, o PDT tem legado e orgulha por seus líderes, como Leonel Brizola.

“Vivemos um regime fascista. Não podemos ter dúvidas sobre isso. E um ponto que me preocupa é a falsa liberdade. Estaremos sempre unidos, no campo democrático, para impedir ataques e retrocessos. Vamos superar para construir um Brasil melhor”, comentou.

Representando os jovens, William Rodrigues destacou a relevância das contribuições da Fundação na atuação coesa da JS, que busca, de forma ativa, propagar a desempenho do PDT na defesa dos interesses populares e da nação, bem como da bancada no Congresso.

“Nesse cenário de quarentena e isolamento, as ações com a FLB-AP são importantes para dialogo e orientação da militância através dos movimentos, que dão capilaridade ao partido”, disse, destacando a série de lives nas páginas oficiais, como o “Fala Juventude”, e o lançamento do repositório gratuito para leitura dirigida.

Qualificação

A organização dos pré-candidatos para as eleições municipais para os embates, principalmente nas redes sociais, ganharam destaque na fala do presidente do Movimento Negro, Ivaldo Paixão.

“Estamos presentes em 24 estados e Distrito Federal. Roraima e Tocantins estão avançando. E o progresso passa justamente pela formação. Diante disso, estimulamos que os membros façam os cursos da ULB para aprimorar”, comentou o presidente, que também contou com a contribuição de Roberto Rodrigues, liderança na Bahia.

Ao ratificar a importância do engajamento pedetista diante da nova realidade mundial, Roberto Viana mostrou a necessidade de levar a análise política para compor com temas eleitorais.

“As transmissões virtuais indicam um novo formato político-social. Não podemos ficar restritos aos debates no período eleitoral, mas também focar nas análises políticas, já considerando o impacto negativo da onda reacionária liderada por Bolsonaro”, alertou, ao dar o exemplo da construção de projetos a partir do líder da Oposição na Câmara, deputado André Figueiredo.

Diante do reacionarismo difundido pelo presidente da República, Rafael Weree confirma que o atual governo “não está preocupado com a saúde do povo brasileiro, principalmente das minorias, como os índios e quilombolas”.

“Temos registros, em Manaus, de indígenas que estão morrendo nas aldeias. Necessitamos, portanto, fortalecer a nossa presença mesmo com as limitações de mobilidade. Pela internet, levamos informações e orientações para preservar as áreas indígenas”, explicou.

No encerramento, Marcelo Monteiro relatou a ampliação do PDT-Axé no enfrentamento do bolsonarismo e os diferencias alcançados com os cursos de capacitação da ULB.

“Estamos diante do genocídio de povos tradicionais, incluindo os de matrizes africanas. Buscamos mudar a realidade do nosso povo a partir do conceito e preservar a história cultural. Por isso, o auxílio da Fundação faz a diferença”, concluiu.