Em entrevista ao Correio Braziliense, senadora falou sobre a construção do projeto para o DF
A senadora Leila Barros estipulou como meta a organização das bases do PDT visando oferecer um projeto coletivo que melhore a vida das pessoas em Brasília. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, a presidente do PDT-DF foi questionada sobre uma possível candidatura majoritária para as eleições de 2026. Leila afirmou que está trabalhando para formar um grupo político forte. A escolha do candidato deverá ser feita por esse grupo, sem espaço para vaidades e individualismo. Segundo ela, é necessário corrigir os problemas que têm sido negligenciados na capital.
Em relação à possível federação entre PDT, PSB e Solidariedade, a senadora ressaltou a importância de existir um objetivo comum e uma afinidade ideológica para a união. No entanto, ela enfatizou que seu foco atual está na questão regional e acredita que as conversas entre os partidos resultarão em boas composições.
Sobre a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Atos Antidemocráticos, Leila Barros expressou sua esperança de que o processo esclareça a verdade para a população, sem que se torne apenas um palanque político. Ela destacou a seriedade do que ocorreu e a importância de discutir o assunto para evitar que se repita.
Veja a entrevista completa:
Qual vai ser sua meta na presidência do PDT-DF?
Acredito que todo projeto político precisa vir de objetivos comuns, ser um projeto coletivo. A nossa meta é organizar as bases do partido para oferecer a Brasília um projeto que mude a vida das pessoas para melhor.
Vai trabalhar para construir uma candidatura majoritária do partido para 2026?
Estamos trabalhando para ter um grupo político forte em 2026. Quem deve escolher o candidato, em um primeiro momento é esse grupo político. Nesse campo, não há espaço para vaidades e individualismo. Precisa ser o que for melhor para corrigir os problemas de Brasilia, que hoje parece deixada de lado.
Acredita que vai sair a federação com PDT, PSB e Solidariedade?
Toda união é bem-vinda desde que exista um objetivo comum e uma afinidade no campo ideológico, mas neste momento meu foco está na questão regional. Tenho certeza de que as conversas entre os partidos produzirão bons resultados, independentemente de como ficará uma composição.
A senhora é favorável?
Não posso opinar sem ter todo o conhecimento do que cada um propõe. Neste ano, ao assumir a presidência da Comissão do Meio Ambiente, fiquei muito dedicada a trabalhar pautas que há anos precisam ser trabalhadas, como a questão do crédito de carbono, da regularização fundiária e do licenciamento ambiental. Pautas que tomam tempo, foco e que exigem muito diálogo.
Qual a sua expectativa para a CPMI dos Atos Antidemocráticos?
Eu sempre espero o melhor das pessoas, e tenho que olhar para o que acontece ao meu redor com o mesmo olhar. Caso seja de fato implementada, espero que esclareça a verdade para a população, sem que seja feito dela apenas um palanque político. O que aconteceu foi seríssimo e temos que falar bastante a respeito para que nunca mais se repita.
Qual a sua opinião sobre o projeto das fake news? O que precisa ajustar?
O projeto de fake news é um bom projeto, que carece de ajustes para ficar melhor. A internet não pode ser terra de ninguém, ao mesmo tempo que não pode ter cerceamento da liberdade de expressão. Notícias reais estimulam a realidade das pessoas. Notícias falsas nos levam a uma realidade alternativa. Isso pode mudar os rumos da condução de um país, o que pode levar a um quadro ainda pior para as pessoas que precisam de sustento, incentivo e acolhimento. A discussão é válida por esse motivo. Ter uma comissão para regular discurso não me parece a melhor saída. Vejo que precisamos dar fim ao anonimato que as plataformas permitem, porque aí quem for prejudicado pode buscar seus direitos; e também estabelecer o foro correto para que os julgamentos aconteçam, pois o autor pode simular sua localização.
E o arcabouço fiscal? Acredita que será aprovado?
O arcabouço fiscal é necessário para que o governo adapte sua política econômica ao desenvolvimento social, que deve ser a prioridade de todo governo. Governo bom é o que apoia as pessoas da forma que elas precisam, incentivando comerciantes, dando assistência a quem passa por um momento de dificuldade, proporcionando condições para que existam oportunidades e dignidade para todos, com serviços de educação e saúde. Quem dá lucro é empresa. Governo tem que cuidar de gente.
Qual tem sido o foco do seu mandato?
Passamos já por alguns momentos bem diferentes. Para o Distrito Federal, atuo bastante na destinação de recursos e no acompanhamento da execução das emendas, fazendo um trabalho em cada região administrativa. Como legisladora, atuo no apoio de pautas de desenvolvimento social, de estímulo ao esporte, de saúde e educação. Agora as pessoas costumam ver mais meu trabalho na CMA (Comissão de Meio Ambiente), com as pautas do meio ambiente, mas recentemente relatei e aprovamos a Lei Geral do Esporte, que é um marco importante para todos, pois estabelece um conjunto de normas que darão mais equilíbrio nas relações entre atletas e entidades esportivas, segurança jurídica para as atividades esportivas e incentivo à prática de esporte. Um destaque da lei, por exemplo, é a permissão para que escolas públicas e privadas recebam recursos oriundos de tributos de empresas optantes pelo modelo de lucro real, para que implementem projetos socioesportivos. Boa parte das escolas públicas precisam de mais recursos. Imagine um contraturno para crianças e jovens com prática esportiva, mantendo-os fora de ambientes de risco, do uso de drogas, e abrindo até mesmo a possibilidade de seguirem carreira. Isso passará a ser possível caso o presidente Lula sancione a lei.