A Educação de Aracaju (SE) deu um grande passo para a transformação do ensino público, a partir do uso da tecnologia, na manhã desta segunda-feira (5). O prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) lançou o programa “Escola Tech”, que equipará 100% das escolas da capital com ferramentas tecnológicas que possibilitarão a melhora na relação ensino-aprendizagem, além de ampliar ainda mais a segurança nas unidades e a inclusão digital dos estudantes. Apresentado durante a aula inaugural, que marcou o início do ano letivo de 2024, e contou com a participação de 1.400 estudantes, o pacote inclui a distribuição de 800 displays interativos que serão instalados nas salas de aula, além da instalação de câmeras de reconhecimento facial, totens para chamadas e sistemas de inteligência artificial nas unidades, contemplando 31 mil alunos.
Também integra a iniciativa a aquisição de 25 mil notebooks para os estudantes do Ensino Fundamental e Educação para Jovens e Adultos, cuja segunda etapa da entrega ocorreu também nesta segunda-feira, com a distribuição de mais 1.400 equipamentos para os alunos.
Para Edvaldo, o lançamento do programa representa “a materialização de um sonho, de transformar a educação municipal com o uso da tecnologia”. “Esse é um momento de muita felicidade. Estamos lançando hoje um pacote tecnológico que vai ser muito importante para a nossa cidade, fazendo uma verdadeira transformação na educação do município. Durante os últimos anos, melhoramos a infraestrutura das nossas escolas que passaram a contar, inclusive, com ar-condicionados nas salas, instalamos internet de alta velocidade e, agora, estamos incorporando a tecnologia para melhorar ainda mais a educação das nossas crianças e adolescentes”, destacou o prefeito.
Durante o lançamento, o gestor da capital ressaltou também que, com a iniciativa, a educação municipal “passa a assegurar que os estudantes da rede pública de Aracaju tenham acesso às mesmas ferramentas utilizadas nas escolas particulares, abrindo janelas de oportunidades para que elas tenham um futuro mais igualitário e competitivo”.
“Esse é o nosso compromisso com a educação, porque eu acredito nela como um diferencial para que os nossos pequenos possam crescer, evoluir e construir futuros promissores. A igualdade é gerada por uma educação de qualidade, como estamos fazendo. Hoje, as nossas escolas não ficam atrás de nenhuma unidade de ensino particular da capital e isso muito me orgulha porque os resultados já apareceram no ano passado, com o avanço que tivemos no Ideb, alcançando uma posição de destaque entre as capitais. Portanto, fico muito feliz de concretizar um projeto que fará os nossos estudantes darem um salto gigantesco nos níveis de aprendizagem”, reiterou Edvaldo.
Secretário municipal da Educação, Ricardo Abreu definiu o lançamento do programa como “um dia simbólico para a história da rede pública de ensino de Aracaju”. “O programa Escola Tech é um conjunto de soluções tecnológicas que visam dinamizar ainda mais a relação ensino-aprendizagem e as trocas de experiências em sala de aula. Além dos notebooks educacionais, o programa contempla a entrega de 800 painéis interativos para as salas de aula, com conteúdos embarcados para que os professores possam, de forma complementar ao quadro de giz, utilizar a ferramenta para trazer conteúdos mais dinâmicos, o reconhecimento facial dos estudantes que passa a substituir a chamada oral, a instalação de câmeras de identificação facial, ampliação a segurança nas escolas e um sistema de inteligência artificial que nos ajudará a elevar o nível de aprendizagem dos alunos. Ou seja, estamos revolucionando a educação da capital com o uso da tecnologia, dando um grande e importante salto”, frisou o secretário.
Enriquecimento
Entre as novidades do programa Educação Tech está a instalação de câmeras de reconhecimento facial em áreas comuns das escolas, usando a mesma tecnologia empregada em grandes eventos, como o Forró Caju e Réveillon para a detecção automática dos estudantes e de todas as pessoas que tiverem acesso às escolas. Já os totens para chamadas, serão instalados nas salas de aula, em substituição às chamadas convencionais, registrando a presença automática dos estudantes no sistema. Outro recurso que passará a ser ofertado é a inteligência artificial, um sistema inovador que cruzará os dados dos alunos, prevendo se ele será ou não aprovado, a partir das primeiras notas, para que as escolas possam agir com antecedência, elevando o nível de aprendizagem dos estudantes.
Já os displays interativos, além de disponibilizarem recursos personalizados que tornarão o aprendizado um processo ativo, permitirão aos professores integrarem os conteúdos aos notebooks educacionais, aperfeiçoando o acesso ao conhecimento. “Com o programa, nós adiantamos alguns processos, com melhoria do aprendizado, recuperando os alunos mais rapidamente dos impactos da pandemia. Com relação especificamente à chamada, os terminais vão captar as faces dos alunos e o professor só vai confirmar se eles estão mesmo na sala. Com essa ferramenta nós passamos a colher algumas informações, como o tempo líquido de aula, se o aluno está chegando atrasado, ou outras subjetivas, se ele está de bom humor ou se está com sono, atrelando algumas métricas que a gente hoje não tinha, com o eixo da tecnologia levando a melhorias pedagógicas. Com os monitores, a ideia é que a gente tenha mais conhecimentos práticos, seja o professor ministrando aula para os alunos, mas também os próprios alunos fazendo o uso dos monitores.”, detalhou o diretor de Inovação da Prefeitura, Walter Júnior.
Do ponto de vista dos docentes, a adoção das ferramentas tecnológicas, tais como os displays interativos, telas de 75 polegadas, com tecnologia touch screen, trata-se de uma forma de potencializar as aulas, deixando-as mais atrativas para uma geração de estudantes já habituados com esse mundo pós-analógico, como acredita o professora Adir Freire Freitas, que trabalha na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) João Oliva Alves. “É muito importante, uma oportunidade de aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem e também um estímulo para os alunos, para que se interessem mais e aprendam melhor”, destacou o professor.
A aluna Ester Silva de Jesus, oito anos, matriculada no terceiro ano na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef), Diomedes Santos Silva, localizada no bairro Santa Maria, também aprovou a iniciativa. “Estou muito empolgada porque gosto bastante das aulas, principalmente as matérias de Artes e Português, e sei que, agora, vou aprender muito mais. Eu quero ter um bom futuro e ganhar um notebook foi muito legal. Vai me ajudar a fazer os deveres de casa”, disse a estudante, com empolgação.