O nacionalismo brasileiro ganhou um dos seus maiores defensores na data de hoje, há quase um século. Leonel de Moura Brizola nasceu em Carazinho (RS), num Brasil agrário, na época em que a política do café com leite favorecia as elites paulista e mineira. Era 22 de janeiro de 1922.
Ainda criança, Brizola viu Getúlio Vargas chegar ao poder pela Revolução de 1930. Vivenciou uma nova era, a da industrialização nacional e da valorização do trabalhador. Oriundo de família humilde, trabalhou como ascensorista e zelador para manter os estudos em Porto Alegre.
Leonel Brizola conhecia a dura realidade dos brasileiros porque viveu na pele as dificuldades do povo. Sua condição o fez admirar os princípios do Trabalhismo. A vontade de contribuir com a transformação do país o levou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Daí em diante, não parou de lutar.
Deputado estadual, prefeito, deputado federal, três vezes governador, presidenciável, Brizola não parou de promover mudanças, sobretudo na educação. Lutou pela legalidade e garantiu a posse de Jango em 1961. Depois do golpe de 1964, foi arrancado do país pelos militares que, de um jeito ou de outro, reconheciam sua força política junto ao povo.
Em 1979, após 15 anos de exílio, Leonel Brizola retorna ao Brasil. Sua sede por democracia e justiça social estava ainda mais aguçada e amadurecida. Nascia, então, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), fundado por ele e seus companheiros.
Ao lado de Darcy Ribeiro, Brizola fundou os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), quando governador do Rio de Janeiro. Para a dupla, educação era o melhor caminho para a transformação social do país e os Cieps contemplavam seus ideais. Ensino público, integral e de qualidade, foi isso que eles desenvolveram.
Brizola foi um nacionalista aguerrido, lutou pela soberania nacional e pelo povo brasileiro. Queria ver um Brasil mais justo, menos desigual, onde a elite não ditasse o destino da nação. Sua história inspira aqueles que defendem o seu legado dando continuidade à luta trabalhista.
Se vivo fosse, Leonel Brizola estaria completando 99 anos. Na verdade, para o verdadeiro trabalhismo brasileiro, essa afirmação não faz o menor sentido: afinal, BRIZOLA VIVE!
“A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados.”
Leonel de Moura Brizola (1922 – 2004)