Um desafio à nossa inteligência e ao nosso patriotismo


Arnaldo Mourthé
18/04/2017

O Rei está nu. A listagem dos indiciados por crimes e corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal, nos mostra claramente a natureza do poder no Brasil. Ele é exercido por um grupo de aventureiros e oportunistas, movidos pela ambição de poder, cujo instrumento principal tem sido o dinheiro. Dinheiro e poder andam juntos na sociedade perversa na qual nos encontramos.

Não há mais como explicar nossa eventual tolerância e a nossa passividade que permitiu que tudo isso acontecesse. É evidente que nossa condição de perplexidade nos impede de reagir. Mas ela advém de nossa ignorância a respeito dos bastidores do poder no Brasil e no mundo. Mas essa ignorância não é natural, não aconteceu por acaso. Ela foi fabricada, por todo um processo vicioso de informação que cria fantasias que, pela repetição, parecem verdades. No fundo de tudo está o dinheiro que sustenta uma mídia gigantesca e luxuosa em um país de uma população carente das condições mínimas de vida de um ser humano, na sua dignidade.

Há um poder oculto atrás de tudo isso. Esse poder tem no dinheiro sua força. Ele domina e corrompe os mandatários que nós elegemos para nos representar, mas que, de fato, representam os interesses dos detentores do dinheiro. Essa associação perversa, e quase sempre criminosa, nos impõe condições de vida inaceitáveis, com as quais nos conformamos pela informação falseada, já referida acima e por uma estratégia de medo, em nós incutidos por um sistema repressivo e de brutal desigualdade social. Ele chega à crueldade de retirar recursos da saúde pública e da educação para favorecer os donos do dinheiro, através de juros de uma dívida pública criada de forma nebulosa que utiliza como instrumento de dominação um sistema de juros escândalos que, sendo impagáveis, se transformam em mais dívidas que por sua vez geram mais juros num círculo vicioso que engole os impostos pagos pela população. Nesse processo o Estado torna-se escravo do credor e, com o instrumento da corrupção dos seus dirigentes, degrada-se desviando-se de seu dever de servir à população que ele representa.

Nesse processo estão vendendo o Brasil sob o argumento insidioso do dever de pagar o que se deve. Mas será essa dívida real? Não é, e não permitem que se investigue como ela foi construída sob pressão de agentes externos, corruptores, através de falsidades e ilegalidades, que eles escondem de nós.

Tornamo-nos assim servos, quem sabe escravos, dos “investidores”, que não passam de chantagistas e corruptores. Esse sistema contaminou todo o poder político, restando poucos heróis que ainda resistem bravamente, mas sem a força necessária para barrar os predadores da Nação.

Há que reagir sob pena de abrirmos mão das nossas condições de pessoas honestas, inteligentes e patriotas. Se deixarmos que o Governo das Trevas, que temos hoje no poder, continue a vender o Brasil e a massacrar nosso povo, retirando-lhe o direito ao trabalho, à escola e à saúde, estaremos renunciando a nossa condição de cidadãos brasileiros. Há que lutar e apoiar a ação saneadora dos órgãos da Justiça, o que nos resta da República desmantelada, para salvar nossas instituições e nossa Pátria. Acordemos do longo sono a que fomos submetidos, e comecemos a partir de hoje uma nova história desse grandioso e amado Brasil.