Trabalhistas unidos pela tolerância e o respeito


Da Redação
05/06/2021

Café com Lupi reúne evangélicos e povos de Axé e dá show de civilidade e liberdade religiosa

 

Neste sábado (5), o Café com Lupi prestou um serviço à sociedade brasileira em nome da tolerância e do respeito. Unindo o presidente nacional do Movimento Cristãos Trabalhistas, pastor Alexandre Gonçalves, e o presidente nacional do PDT Axé, babá Marcelo Monteiro, o presidente nacional da legenda trabalhista, Carlos Lupi, promoveu uma verdadeira aula de civilidade quanto à coexistência de religiões. No encontro, esteve em pauta a laicidade do Estado, a deturpação do cristianismo e a preservação dos povos de matriz africana.

Marcelo Monteiro esclareceu, logo no início do programa, que o Candomblé não é uma religião, mas sim uma cultura. De acordo com o líder partidário, os povos de Axé – descendentes da ancestralidade africana –, têm sido violentamente atacados por força do preconceito tanto racial quanto religioso, em um genocídio que já soma alguns séculos.

“A religiosidade [no Candomblé] está intrínseca na cultura de um povo. Por exemplo: Qual a religião do índio? Qual é a religião do Cigano? Na realidade, é a cultura de um povo que está sendo ameaçada. Claro que nós temos uma religião que foi criada no Brasil que é a Umbanda, mas a cultura do povo é mais importante para nós do que a própria religião. Somos o país com a maior população afrodescendente do mundo”, explica o babá Marcelo.

O presidente Carlos Lupi complementou a fala de Monteiro explicando que o PDT Axé – pioneiro no país – foi criado para resgatar e defender as origens da formação da sociedade brasileira. “Quando nossos irmãos africanos chegaram aqui, só tinham os índios. Eles ajudaram a formar a nossa cultura, o samba, a dança, a preservação da natureza. Com a criação desse movimento estamos dizendo que não há preconceito capaz de extinguir a história de um povo”.

No caso dos cristãos, a perseguição veio de dentro da própria igreja. De acordo com o pastor Alexandre, os que não aderiram à extrema direita foram caçados. “Muitos amigos cristãos, pastores, estavam sendo perseguidos por não declarar apoio a Bolsonaro. […] Tem alguns colegas nossos, inclusive, que moravam na casa pastoral e, só por não apoiar Bolsonaro, foram despejados de suas casas, com família e tudo. Ouve realmente uma ação muito forte quanto a quem se opunha a isso”, revelou.

Um ponto alto do programa foi a fala do pastor Alexandre Gonçalves se desculpando ao colega Monteiro em nome dos cristãos que já agiram com intolerância e preconceito contra os povos de Axé. Ele comentou que, apesar das diferenças religiosas, é possível lutar lado a lado com quem cultue outra fé por objetivos comuns, como o combate a desigualdade social. Segundo o pastor, os ensinamentos de Cristo divergem das ações dos cristãos bolsonaristas.

“Jesus é oposição a essa cultura de armas, de morte. Jesus disse: ‘Não resistais ao homem mau, àquele que te ferir na face, dê a outra’. Nossas diferenças teológicas não podem ser motivo para deixarmos de ombrear nas mesmas lutas. […] Hoje, no país, usam o Estado para tentar implantar a moral de um grupo de pessoas e nunca o Estado pode ser usado para isso”, afirmou o presidente dos Cristãos Trabalhistas.

Veja o programa completo abaixo.