“Não podemos aceitar que quem não teve votos sente na cadeira de presidente”, afirmou a presidente do Sindicato dos professores estaduais de São Paulo, Maria Isabel Noronha, que anunciou que os professores da rede oficial de ensino vão comparecer domingo que vem no ato pelo Dia do Trabalho no Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, e também na greve geral contra o afastamento de Dilma marcada para a semana que vem.
A greve geral está sendo convocada para 10 de maio, dois dias antes da votação da admissibilidade do processo de afastamento da presidenta, em análise no Senado Federal, e faz parte das mobilizações contra o impeachment.
“Não podemos aceitar que quem não teve voto sente na cadeira da presidenta. Se quiser ir, que aguente até 2018. Lá, nós vamos disputar, e aí avaliamos o governo no voto. Mas não podemos aceitar um golpe dos cerca de 400 deputados favoráveis ao golpe de Estado em um país que tem sido modelo de democracia”, afirmou Maria Isabel Noronha.
Sob os gritos de “Fora, Cunha” dos docentes que lotaram o vão livre do Masp, nesta sexta-feira, na Avenida Paulista, quando Bebel prometeu resistência ao golpe e a um eventual governo de Michel Temer (PMDB).
“É a volta da ditadura esse golpe perverso. Um retrocesso da democracia. E se há crise neste país, seu Temer, vamos às ruas para dizer que o senhor que resolva; que não vamos mover uma palha”, disse Bebel.
O secretário de Comunicações do sindicato, Roberto Guido, destacou a gravidade do golpe em andamento. “Sempre dissemos que não é ataque apenas ao governo Dilma Rousseff e ao PT, mas a direitos sociais e trabalhistas conquistados com muita luta”, disse.
Os professores decidiram ainda estabelecer agenda de atividades para seguir denunciando o abandono da educação pelo governo de Alckmin, como o fechamento de salas de aulas, que aumenta ainda mais a superlotação das turmas, e a intensificação de pressões pela instalação de uma CPI para investigar a máfia da merenda.