‘The Guardian’, ‘The Economist’ e ‘The New York Times’ condenam golpe no Brasil


OM - Ascom PDT / Revista Forum

Dois dos principais jornais do mundo, o norte-americano The New York Times e o britânico The Guardian, publicaram na noite desta segunda-feira (18) editoriais sobre o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff no Brasil. A revista inglesa “The Economist”, apesar de conservadora, foi também na mesma linha.

Com duras críticas ao processo aprovado neste domingo (17) na Câmara dos Deputados, o editorial do The Guardian classificou o impeachment de Dilma como “uma tragédia e um escândalo” e destacou que “nada ainda é muito claro no Brasil, exceto que o país vai sofrer as consequências deste impeachment por muito tempo”.

“Longe de ajudar a resolver a polarização política e social no Brasil, o impeachment tem exarcebado o problema”, diz o texto, que destaca que o afastamento de Dilma “pode fazer com que a ação anticorrupção no país desapareça”.

Já o The New York Times, com um texto mais factual, não deixou de destacar que as chamadas pedaladas fiscais foram apenas um pretexto usado pelos opositores da presidenta para derrubá-la e chamou atenção para o fato de que a maior parte daqueles que querem seu impeachment são corruptos.

“Muitos dos legisladores que conduzem seu impeachment são acusados de crimes mais graves do que ela. Este é um ponto válido”, escreveram.

the economist

 

A revista inglesa “The Economist”, conservadora, também dedicou a sua capa desta semana ao golpe parlamentar em curso no país. A respeito, o jornalista Ricardo Bruno, um dos mais respeitados do Rio de Janeiro, escreveu em seu facebook: 

“A grita dos grandes veículos de comunicação do Brasil contra a possibilidade da Presidente Dilma denunciar o golpe na Assembléia da ONU é um claro sinal de que a tese da ilegal usurpação de poderes começa a ganhar corpo internacionalmente, retirando legitimidade de um futuro governo Temer. Vejam que a própria ‘The Economist’, de linha editorial nitidamente conservadora, trata o impeachment como traição. Em nenhuma análise internacional, a deposição de Dilma é tratada com seriedade. Todos veem no processo a contradição insanável de Dilma – contra quem não há acusações de favorecimento, – estar saindo por decisão de algozes comprovadamente chafurdados no pântano da corrupção’.