O PDT protocolou nesta terça-feira (24/5) representação no Conselho de Ética do Senado pedindo abertura de processo contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi apresentado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, e pelo senador Telmário Mota (PDT-RR), adversário de Jucá em Roraima. O partido acusa o ex-ministro do Planejamento de tentar obstruir a Lava Jato.
O documento faz uma analogia ao caso de Delcídio do Amaral (sem partido-MT), que foi preso e cassado após a divulgação de áudios onde articulava para obstruir o trabalho dos investigadores da Lava Jato. A representação contra Delcídio foi relatada por Telmário Mota.
No texto, o PDT cita as gravações das conversas entre Jucá e o ex-senador Sérgio Machado e diz que “há um claro propósito de que o novo governo, com o vice-presidente Michel Temer, resolva os ‘problemas’ que a ‘Operação Lava Jato’ acarretou à classe política tradicional no Brasil”. Agora, o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), decide se aceita ou arquiva o processo, em um juízo de admissibilidade do qual cabe recurso.
De acordo com os denunciantes, no diálogo “verifica-se que, durante toda a conversa divulgada, resta inequívoco o propósito do Denunciado de utilizar o governo de Michel Temer para atrapalhar ou impedir as apurações da operação contra os agentes políticos envolvidos”. “É clara – sem sombra de dúvidas – a intenção do Senador denunciado de buscar proteção pessoal e se esquivar do alcance das investigações, mediante um grande acordo”, diz o texto.
O documento faz uma analogia ao caso de Delcídio do Amaral (sem partido-MT), que foi preso e acabou cassado após a divulgação de áudios em que ele foi flagrado articulando para obstruir o trabalho dos investigadores da Lava Jato. A representação contra Delcídio foi relatada por Telmário Mota.
“Há um claro propósito de que o novo governo, com o vice-presidente Michel Temer, resolva os ‘problemas’ que a ‘Operação Lava Jato’ acarretou à classe política tradicional no Brasil. Além disso, os áudios demonstram a opinião do Senador de que seria necessário afastar a Presidente da República, Dilma Rousseff, para que a sangria da ‘Operação Lava Jato’ seja estancada”, afirma o documento.
Pouco antes de entrar com a denúncia, Telmário Mota afirmou que considerou a gravação uma flagrante tentativa de obstrução de Justiça.
“Ele fala que é preciso ter o impeachment para fazer um pacto nacional para paralisar a Operação Lava Jato. Isso é obstrução da Justiça”, disse.
Já como senador, Jucá compareceu à sessão do Congresso para votar a alteração da Meta Fiscal. No plenário, Jucá disse que no diálogo gravado não há nenhuma ação que denote tentativa de impedir a Lava Jato. Jucá afirmou que solicitou informações ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para saber se houve algum crime no diálogo gravado.
“Falei para Michel (Temer) que me afastei enquanto a PGR não responder essa questão”, disse. “Amanhã me defenderei no plenário do Senado”, completou.