Café com Lupi expõe a influência da administração pública no combate à Covid-19
A pandemia pôs a prova o Sistema Único de Saúde (SUS) e o modo como ele é administrado, o que pode significar a vida ou a morte de quem necessita do serviço. Por gravidade e relevância, o Café com Lupi deste sábado (22) percorreu a maior parte da sua uma hora de programa tratando do assunto. Os convidados Leo Prates, secretário municipal de Saúde de Salvador, e o vereador e presidente da Câmara de Porto Alegre, Márcio Bins Ely, se juntaram ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para abordar o tema.
Todo o esforço para retardar a velocidade de contágio da Covid-19 no Brasil teve como principal objetivo resguardar o SUS. Era preciso ter leitos suficientes para tratar os que desenvolviam sintomas agudos da doença. Apesar de governadores e prefeitos terem aplicado medidas de distanciamento social, o Governo Federal atuou na contramão, resultando em um aumento rápido do número de infectados.
A administração pública federal da Saúde também foi determinante para que o país chegasse ao atual número de mortos: 446 mil. “O principal problema do governo Bolsonaro, do ponto de vista de quem tá na Saúde, é a descontinuidade de cargos […] no meio de uma pandemia você ter quatro ministros. Eu, por exemplo, nunca estive com Marcelo Queiroga. Isso é uma dificuldade grande, você precisa criar relacionamento com as pessoas para entender o que está acontecendo”, explicou Leo Prates.
O que de fato pode garantir a vida de milhares de brasileiros é a gestão séria e responsável, independente de vertente política. “Muitas vezes enfrentei as minhas lideranças políticas aqui na Bahia para blindar o SUS, criando uma boa relação com o Governo que eu sou oposição e o secretário [estadual] de Saúde para a gente funcionar realmente como um sistema único”, afirmou o secretário municipal de Saúde de Salvador.
Outro problema é a sabotagem do Executivo Federal à vacinação, como tem demonstrado a CPI da pandemia. O Brasil foi o único país em desenvolvimento a se posicionar contra a quebra de patente dos imunizantes, o que os tornaria mais acessíveis à população. Ao contrário, como lembrou Márcio Bins, o PDT foi o primeiro a defender a medida internacionalmente.
“Queria te cumprimentar pela sua iniciativa de fazer um trabalho internacional pela quebra de patente das vacinas. Eu falei com o secretário-geral da Internacional Socialista (IS), o [Luis] Ayala, e ele disse que defendeu a sua proposta em um encontro de mulheres da IS e foi muito bem visto por vários países do mundo inteiro”, falou o presidente da Câmara de Porto Alegre a Lupi.
O presidente nacional do PDT complementou o comentário afirmando que até o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o seguiu na proposta. “O presidente americano aderiu a quebra de patente. Modestamente, o nosso PDT está na vanguarda. […] Essa é a única maneiro de os países em desenvolvimento fabricarem a sua própria vacina. Como pode, ter de pagar para ter o direito a vida? Isso é um absurdo”, declarou Lupi.
Saiba o que mais rolou no último Café com Lupi no vídeo logo abaixo.