Saturnino Braga, um político de mandatos brilhantes

Foto: Divulgação / Agência Senado

Saturnino Braga em 2013.


por Osvaldo Maneschy
03/10/2024

Daniel Albuquerque e todos: tive a honra de fazer parte do gabinete do senador Saturnino Braga em Brasília (DF), no seu primeiro mandato, eleito em 1974, e depois reeleito em 1982, já pelo PDT, ao lado de Leonel Brizola governador e Darcy Ribeiro vice. Em 1985 fui seu assessor de imprensa de campanha para a Prefeitura do Rio de Janeiro, e, após sua vitória, tive a honra de substituir o amigo Raul Francisco Ryff, secretário de imprensa e amigo do presidente João Goulart, na coordenação de comunicação social da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Ryff tornou-se secretário sem pasta, espécie de consultor de Saturnino, à frente da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Infelizmente, em 1986, Saturnino sai do PDT, mas antes, pressentindo o rompimento que viria a acontecer, entrego o cargo e permaneço no PDT.

Saturnino foi um brilhante senador por três mandatos, o último deles iniciado em 1998, graças ao Brizola, o mesmo com quem rompera para ir para o PSB. Brizola sempre o respeitou. E, antes de chegar ao Senado, na explosão de votos do MDB de 1974, Saturnino havia exercido brilhante mandato de deputado federal, oportunidade em que presidiu a CPI do caso Time-Life, responsável pela denúncia para o país da origem do dinheiro (EUA) usado pelo empresário Roberto Marinho para abrir a TV Globo – financiamento absolutamente ilegal, segundo as leis vigentes na época. Isto rendeu para Saturnino Braga o ódio eterno do empresário Roberto Marinho, que nunca o perdoou pela ousadia de denunciar ao país a origem ilegal da hoje Rede Globo de Televisão.

Sempre respeitei Saturnino, um nacionalista, economista de carreira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um “senador de respeito” como dizia o seu jingle de campanha para prefeito, – que ganhou o prêmio Colunistas de 1985, obra dos publicitários Wagner Teixeira (o mesmo que inventou o slogan Brizola na cabeça na campanha vitoriosa do PDT de 1982 no RJ); Jacques Galinkin e o músico Reginaldo Bessa.

No final do ano passado, estive novamente com Saturnino para entrevista-lo junto com Bruno Ribeiro, para o Centro de Memória Trabalhista da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), do PDT. Foi um ótimo reencontro, recheado de boas lembranças. Saturnino foi um grande brasileiro, um excelente senador. Merece todo o nosso respeito e admiração por sua vida rica de luta pelo Brasil. Descanse em paz.