Pedetistas participaram do seminário promovido pela Frente Nacional de Prefeitos e a Universidade de Coimbra
O ex-prefeito de Niterói (RJ) Rodrigo Neves e o prefeito de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira, ambos do PDT, avaliaram, durante debate virtual nesta segunda-feira (17), a situação do Brasil diante das crises sanitária, econômica e social potencializadas pela junção de dois fatores: pandemia da Covid-19 e Jair Bolsonaro na presidência da República.
No seminário “A pandemia e o futuro das cidades: governança e participação”, que foi realizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e a Universidade de Coimbra, de Portugal, também participaram a prefeita de Pelotas (RS), Paula Mascarenhas, bem como o diretor emérito, o vice-presidente do conselho científico e o pesquisador do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, Boaventura Santos e Jorge Figueira e Giovanni Allegretti, respectivamente.
Para Rodrigo Neves, o Brasil, diferente de países como Portugal, não conseguiu implementar uma medida de isolamento físico e sanitário, apesar de exceções exitosas, como Niterói.
“Nós fizemos o gabinete de crise, integrando as diversas ações de governo no enfrentamento da pandemia, um conselho científico para aconselhar as medidas e políticas públicas. Medidas, essas, que estão tendo continuidade na gestão do prefeito eleito, Axel Grael”, detalhou o gestor, que administrou a cidade entre 2013 e 2020.
“Dessa forma [desorganizada com Bolsonaro], mantivemos um patamar muito elevado do número de novos contágios e de óbitos”, criticou, o que gerou o fechamento das unidades educacionais.
Com isso, Neves explica que o impacto social será ainda mais incisivo, entre os mais pobres, pela precarização da oferta de ensino público qualificado.
“O Brasil já tinha desigualdade derivada da falta de acesso e de qualidade da educação, especialmente no ensino fundamental, na educação infantil”, analisou.
“Temos um enorme déficit ainda de acesso de crianças, a despeito dos avanços com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que é uma nova regra de cofinanciamento da educação no Brasil”, disse, ao relatar a importância da renda básica universal e da inclusão digital, principalmente nas camadas mais pobres da sociedade.
Responsabilidade
Presidente da FNP, Edvaldo Nogueira enfatizou que a pandemia abre perspectivas para a “humanidade aprender e evoluir” à medida que os gestores e o poder público tenham “como base a ciência”.
“A simbiose entre ciência e gestão sempre foi, na história da humanidade, fundamental para que a gente pudesse vencer as dificuldades, sejam elas naturais, guerras e também, essencialmente, as epidemias. Infelizmente, no Brasil, ainda existe a dualidade entre ciência e negacionismo”, avaliou.
Segundo o prefeito pedetista, a ausência de planejamento e a fragilidade da atuação do governo federal potencializou o impacto do coronavírus e obrigou estados e municípios a agirem, a partir de consórcios, para efetivar medidas decisivas, como a implementação do isolamento social e a compra de vacinas.
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