Texto assinado pelo arquiteto Alexandre Benoit faz uma análise da melhor experiência educacional brasileira

A edição de maio da revista Piauí publicou um artigo especial que revisita, quatro décadas depois, uma das maiores experiências de educação pública do país: a criação dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), idealizados por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro no início da redemocratização brasileira.

Assinado pelo arquiteto e pesquisador Alexandre Benoit, o texto “Há quarenta anos, era inaugurado no Rio de Janeiro o primeiro Ciep” mostra como os centros educacionais surgiram como resposta radical à exclusão educacional no Brasil. Indo além de escolas em tempo integral, eles foram concebidos como centros de cidadania para crianças pobres, com educação, alimentação, cuidados de saúde, atividades culturais e esportivas — tudo pensado em conjunto, inclusive na arquitetura moderna de Oscar Niemeyer.

O artigo reconstrói o nascimento do projeto em meio às disputas políticas dos anos 1980, revelando bastidores da parceria entre Brizola, Darcy e Niemeyer, e analisando o impacto urbano, pedagógico e simbólico dessas escolas, que buscavam oferecer aos mais pobres um padrão até então reservado à elite.

Benoit também destaca a resistência enfrentada pelo programa: o boicote da grande imprensa, a oposição política feroz e o desmonte promovido por governos posteriores. Ainda assim, cerca de 450 CIEPs seguem de pé, muitos funcionando graças à mobilização de professores, comunidades e ativistas da educação.

A reportagem é um mergulho precioso na memória de um projeto que marcou época — e que, em tempos de retrocesso educacional, segue como referência de ousadia, compromisso social e visão de futuro.

O artigo completo, publicado na edição 224 da Piauí, está disponível em PDF para leitura aqui.