O ex- candidato a presidência e vice – presidente do PDT, Ciro Gomes, entrevistou a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) em seu programa de entrevistas no Youtube, “Repare Bem”. Eles conversaram sobre a educação brasileira, política, e ainda, a trajetória de vida da deputada de 25 anos, formada em Astrofísica e Ciências políticas pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

Ciro e Tabata abordaram as dificuldades enfrentadas por jovens e adolescentes que muitas vezes não tem nenhuma perspectiva de ir para uma universidade e sair de uma vida sem sonhos e esperança de viverem algo melhor.

“Eu precisei ir para uma escola particular, com uma hora e meia de distância da minha casa para alguém assumir que talvez eu pudesse fazer uma faculdade”, afirmou a deputada.

Tabata também falou sobre a diferença entre as universidades dos Estados Unidos e as brasileiras e afirmou que o jovem só ter uma vaga na escola ou na universidade não é suficiente.

“Não estou desmerecendo as nossas universidades, mas essa maneira de olhar um tipo de inteligência, uma vez por ano é a mais estúpida possível”, afirmou.

A pedetista ainda complementa dizendo que “só passei em Harvard, mesmo não tendo passado nas melhores faculdades do Brasil, em várias matérias, porque eles valorizaram o quanto eu corri, eles não olharam só para a linha de chegada”.

Na conversa, a deputada também falou da importância de uma mudança na forma como a educação é oferecida no Brasil e afirma que decidiu ser deputada por causa da educação.

“O problema da educação não é técnico. Nós temos um planejamento belíssimo que é o Plano Nacional de Educação (PNE). Nós desenhamos metas para educação. É um plano de 10 anos que fala de alfabetização, fala de creche, fala de ensino superior e está indo muito mal. Saiu um relatório esses dias mostrando que a agente não tem chance de alcançar algumas metas do PNE , porque a gente perdeu tanto e não dá mais tempo e estamos retrocedendo em algumas que teríamos chance”.

Quando questionada por Ciro sobre a mulher na política, Tabata enfatizou que 15% de presença feminina no Congresso ainda é pouco e que é necessário fazer mais para ampliar a participação da mulher neste cenário.

“Nós avançamos. Ano passado, nós tínhamos 10% de mulheres no Congresso. Essa é a maior representação, mas ainda é muito pouco porque é um problema complexo. Primeiro porque as meninas crescem sem nunca ouvir falar de uma política mulher, e é na escola que nós temos que levar exemplos de cientistas mulheres, de políticos negros, de grandes empreendedores que vem da favela. Outra coisa é continuar brigando para que os partidos sejam cada vez mais abertos, mais democráticos”, afirmou.

“Repare Bem” é um programa de entrevistas semanais e tem o objetivo de abordar e debater, com vários convidados, temas da atualidade e transmitir para a população de uma forma simples e eficaz.