Para o presidente, auditagem é coerente e indispensável para suprir os riscos existentes no sistema
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, reiterou a defesa do voto impresso como medida essencial para contrapor a vulnerabilidade da urna eletrônica nas eleições brasileiras. A posição ocorreu em entrevista para o jornalista Fábio Pannunzio na TV Democracia, nesta terça-feira (1). “Nada justifica não se ter a conferência do voto”, destacou.
“Por que esse medo? Se é verdade, e nós queremos a verdade, qual o problema de conferir a verdade? O tempo não exime qualquer responsabilidade e ajuda a respeitar a vontade popular”, indagou Lupi.
“Será que nós somos tão superiores em inteligência? Estados Unidos tem impressão, Japão tem impressão. Por que só nós somos a perfeição? A única eleição perfeita do mundo?”, reforçou.
Posição histórica do partido desde Leonel Brizola, na década de 80, Lupi ponderou ainda que a possibilidade de auditagem é coerente e indispensável para suprir os riscos existentes no sistema eletrônico das urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda é de primeira geração.
Em 2012, uma equipe da Universidade de Brasília (UnB), liderada pelo professor Diego Aranha, comprovou a possibilidade de violação dos dispositivos, bem como a inexistência da comprovação do voto na plataforma utilizada há mais de duas décadas.
“O que tem no sistema [eleitoral] é só a totalização. Então você não tem como comprovar nada. Você pode fazer 200 mil denúncias e não tem como comprovar”, criticou.
“A recontagem do voto é um direito sagrado da cidadania. Não me mistura com canalhas, odientos e assassinos”, disse, em uma separação com os interesses de representantes da extrema-direita nacional, como o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Para Lupi, existe, portanto, uma diferença expressiva entre pedetistas e bolsonaristas, pois a pauta do seu partido é sustentada nos princípios do estado democrático de direito.
“A [nossa] diferença para Bolsonaro é um abismo infindável. Eu quero o Bolsonaro na cadeia. Nós somos o primeiro partido a entrar com os pedidos de impeachment”, relatou.