Segurança pública tem solução? Para responder esta questão, a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) promoveu na noite da última quinta-feira (28), na sede municipal do PDT no Rio de Janeiro, mais uma edição do seu programa ‘Trabalhismo em Diálogo’.
Realizado em parceria com o Diretório Metropolitano do partido, o evento mobilizou dezenas de militantes e contou com a participação de especialistas do tema no estado, além de membros da sociedade civil e do terceiro setor.
Apresentando dados e projeções, os debatedores foram enfáticos ao afirmar que os trabalhistas sempre tiveram protagonismo nesta pauta e que se faz muito necessário retomar as análises interativas para garantir uma requalificação dos programas à realidade brasileira.
Ao relembrar pensadores que construíram as ações do PDT sobre o tema no passado, incluindo o coronel Nazareth Cerqueira, primeiro negro a comandar a PM no Brasil, durante o governo Brizola, o cientista político e vice-presidente da FLB-AP no estado, Everton Gomes, relatou que o debate é o início de uma mobilização que resultará em um amplo seminário no Rio.
O vereador do PDT na capital, Fernando William, que preside a comissão especial pela redução de homicídios na cidade, também fez um relato de suas ações na Câmara carioca.
“É fundamental que o município também apoie iniciativas de paz e de redução de violência. Hoje, pelo contrário, é a Prefeitura que vai na contramão disto”, indicou.
Com o apoio do vice-presidente do PDT Metropolitano, Augusto Ribeiro, o encontro seguiu com muitas intervenções que lembraram da importância de não só avaliar questões estruturais e econômicas, mas ainda de avaliar a necessidade de um novo formato de polícia.
O inspetor da Polícia Civil fluminense, Francisco Chao, garantiu que não existem há saídas para a segurança se o padrão for de curto prazo. “É fundamental que saibamos que o problema é complexo e ações estruturais são necessárias. O discurso da emergência nesse setor não é real”, disse.
“É promovido pela mídia como um grande espetáculo e impede que atentem para os reais motivos da insegurança. O tema deve ser pensado com seriedade e com racionalidade. Sem dúvida, a grande fórmula está no investimento educacional, pois essa é a saída ideal”, acrescentou.
Trazendo um pouco do olhar da sociedade civil, o advogado pedetista e integrante da ONG “Gabriela Sou da Paz”, Carlos Cacau de Brito disse que, há muito tempo, só conhece duas políticas de segurança: uma, que foi validada pelo PDT sobre respeito aos direitos humanos, e outra promovida com base na truculência. “É preciso ampliar o olhar sob este segmento para que as ações sejam efetivas e não se realizem apenas contra pobres e negros”, indicou.
Representante do movimento comunitário do partido, Zezinho foi enfático ao dizer que a polícia precisa avançar consideravelmente na sua humanização para que seu trabalho nas favelas não seja olhado com desconfiança. “As causas da violência devem ser combatidas com ações que superaram o item relacionado à segurança. Só força policial não resolverá”, concluiu.