Na Academia Brasileira de Letras, o ex-senador do PDT exaltou a constante luta para emancipar o povo
Antropólogo, educador e ex-senador pelo PDT, Darcy Ribeiro, que completaria 99 anos nesta terça-feira (26), colocou a formulação de um Projeto Nacional de Desenvolvimento como caminho para transformação da “atrasada” realidade brasileira. O pensamento foi exposto, em 15 de abril de 1993, durante a posse como imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupou a Cadeira 11.
“Este repto civilizacional desafia nossos estadistas a formular um projeto nacional de desenvolvimento para nos livrar do que seria uma nova condenação ao atraso”, disse Darcy.
“O mesmo repto se coloca, também, a nossos educadores, chamados, por sua vez, a unir seus esforços para superar o precaríssimo sistema educacional que temos, a começar pela escolarização de todas as crianças, a fim de estancar a produção de mais analfabetos”, completou.
Com mais de 28 anos, a coerente posição ressoa no que é atualmente apresentado pelo partido. Através do plano de governo trabalhista de Ciro Gomes, pré-candidato a presidente da República, o progresso economicamente responsável pode ser alcançado tendo, como um dos pilares, a universalização qualificada do ensino de tempo integral.
Idealista
Contra a repetição do “mesmo papel colonial, subalterno e de servidores do mercado mundial” pelo Brasil, Darcy ratificou, portanto, o contínuo anseio pedetista de promover a necessária mudança conceitual e estrutural de paradigmas do país.
“É o que cumpre fazer para que, afinal, os brasileiros alcancem a condição de povo para si, a fim de que o esforço ingente, de cinco séculos de trabalho e sofrimento, resulte numa sociedade livre, soberana, feliz e próspera”, afirmou.
“Urge vencer esse desafio, que a História novamente nos propõe, para sermos, afinal, a civilização inigualável que podemos ser […] O Brasil é nossa causa. Nossa tarefa. Nossa missão”, concluiu.
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