Posição foi exposta durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1994

“Procuram induzir a opinião coletiva”, disse o ex-governador do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, sobre o impacto das pesquisas eleitorais no Brasil. A manifestação do então presidenciável ocorreu durante o programa Roda Viva, da TV Cultural, em 1994.

Segundo Brizola, “as pesquisas estão sob desconfiança pública”, pois sofrem interferência externa na formulação de cenários. Em uma campanha eleitoral, essa ferramenta pode gerar, portanto, impactos decisivos em candidatos e siglas.

“Depois, vão se ajustar lá adiante, especialmente a boca da urna, porque, do contrário, se desmoralizariam. Mas, até lá, podem desenvolver um trabalho muito negativo para uns partidos e positivo para outros”, explicou.

“Nesse momento, as pesquisas trabalham para favorecer um candidato e colocar outro lá em cima para derrotá-lo. E, dessa forma, mantendo todos os demais lá embaixo. Eu não tenho a menor dúvida que essas pesquisas são instrumentos de propaganda, de campanha eleitoral. Eu acho que estão fazendo uma campanha eleitoral com as pesquisas”, completou.

Ao classificá-las como “improcedentes”, o pedetista abordou a falta de conexão “com a realidade brasileira”. Os institutos, segundo ele, “exageram na importância de um panorama futuro e deixam de esclarecer que cerca de 60% das pessoas ainda não se definiram”.

“Pedi um concurso de um especialista estrangeiro, de uma nação das principais do mundo, que veio aqui dar uma olhada no processo de pesquisa. E ele me declarou: olhe, não tem a menor dúvida que se trata de um processo de propaganda eleitoral dos grupos dominantes da vida brasileira, que querem manter o sistema econômico”, detalhou.