Políticas afirmativas pautam encontros de Ciro com representantes do movimento negro na BA


Da Redação
20/08/2021

Pré-candidato a presidente pelo PDT quer “dar voz a quem conhece o problema e incorporar os valores”

Em roteiro de encontros com representantes do movimento negro na Bahia, o pré-candidato a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, ressaltou a importância das pautas afirmativas e o progresso a partir do diálogo com a sociedade. O primeiro ocorreu na Sociedade Protetora dos Desvalidos, primeira instituição civil negra do Brasil, e inaugurou a nova série temática divulgada nesta sexta-feira (20), pelas suas redes sociais.

Após abordar as origens e efeitos da Guerra de Canudos em vídeos gravados no interior baiano, Ciro relatou que pretende dar “centralidade à questão do preconceito e do racismo”.

“Eu tenho que dar voz a quem, de fato, conhece o problema e incorporar os valores. Isso tem sido um processo de transformação”, relatou, ao abordar ainda pontos das áreas de educação, cultura e trabalho.

Primeira mulher a presidir a Sociedade centenária, Lígia Margarida de Jesus valorizou a trajetória de Ciro e o legado construído pelo partido a partir do seu fundador e presidente de honra, Leonel Brizola.

“Receber você, com seu histórico, que nós acompanhamos. Com toda uma história de participação em um partido que foi inspirado em todas as ações de Leonel Brizola, sem dúvida alguma vai contribuir para que possamos nos fortalecer”, afirmou.

Modelos

Para a presidente estadual do Movimento Negro do partido, Laíse Neres, a temática da raça “é estruturante” e gera uma abordagem essencial sobre o impacto do modelo econômico nacional.

“Raça estrutura o capitalismo, assim como o patriarcado e o machismo também são estruturantes”, disse.

Nesse sentido, Ciro acredita que o “racismo funda o sistema e sua perversão” ao exemplificar a realidade do mercado brasileiro a partir das grandes corporações.

“Cinco por cento apenas dos membros dos conselhos de administração das 500 maiores empresas são negros. Não é possível que a gente não perceba isso. 39% da massa de renda do Brasil é dos negros, que são maioria da população. 61% da massa de renda é dos brancos, que são minoria. 39% da massa de renda do Brasil é dos negros, que são maioria da população. 61% da massa de renda é dos brancos, que são minoria”, criticou.

O pedetista apresentou, como alternativa concreta, o Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND), que é um plano de governo aprimorado coletivamente desde 2018.

“Nós precisamos acelerar as políticas afirmativas, aprofundar um novo modelo de desenvolvimento comprometido, essencialmente, em enfrentar e superar a miséria e desigualdade”, salientou.