Política de preços equivocada da Petrobras leva o Brasil ao caos, afirma Assis do Couto


Ascom deputado Assis do Couto
01/06/2018

“Se nesses seis meses o Governo não tratar de mudar a política de preços de petróleo no País, nós teremos um caos completamente instalado em nossa pátria”. A afirmação é do deputado federal Assis do Couto (PDT-PR), durante a Comissão Geral criada para enfrentar a crise dos combustíveis e a greve dos caminhoneiros, que já entra em seu nono dia de paralisação.

O parlamentar, que tem acompanhado todo o movimento de paralisação, inclusive participando das reuniões de negociação entre o governo e os representantes dos caminhoneiros, avalia que só mesmo a mudança de governo, através de um processo democrático, pode trazer novas perspectivas para o setor.

“Nós estamos aqui a contar os dias para as eleições para a posse do novo governo que apresente ao País um novo caminho porque este (Governo) não tem mais sustentabilidade”, frisou Assis.

Assis do Couto lembrou que desde a criação da Petrobras, em 1953 pelo então presidente Getúlio Vargas, o debate gira em torno da privatização ou da estatização da companhia.

“O governo Lula e Dilma garantiram sim o aspecto nacionalista da Petrobras, mas pecaram na forma de gestão, no loteamento político da companhia. E isso gerou um crescimento da ideia de privatização. O governo pós impeachment/golpe adotou a política de direita, do liberalismo já defendida na época da criação da Petrobras. Erra na escolha, na estratégia, no ritmo que está fazendo as coisas acontecerem. Mudou o estatuto da companhia e agora qualquer suposto prejuízo é o orçamento da União que vai ter que pagar. É dinheiro do Pis/Cofins que vai ter que tapar o buraco. O Brasil exporta petróleo cru e importa petróleo refinado, diminui a produção nas suas refinarias, tudo errado. E foi essa política que parou o País. Não foram os caminhoneiros, foi essa política de Parente (Pedro) e de Temer (Michel)”.

O parlamentar divulgou nota pública nesta segunda-feira (28) onde reiterou o apoio à luta dos caminhoneiros autônomos, mobilizados desde o dia 21 de maio, e ressaltou que já houve avanços importantes nas negociações, apesar de o governo não mudar a política de preços da Petrobras.

“São medidas estruturantes que estão sendo reivindicadas desde 1999, como a questão de garantia de percentual de mercado, a Política do Preço Mínimo do Frete (que teve como base o PLC 121/17, de sua autoria) e a questão da isenção do pedágio sobre o eixo erguido”.

No entanto, o deputado afirmou que não pode apoiar um movimento que pede uma intervenção militar no País. “Isso é uma contradição. Todas as manifestações populares durante os 20 anos de Regime Militar no Brasil foram violentamente reprimidas, pessoas foram mortas, centenas de desaparecidos que até hoje não encontramos os cadáveres. Muitas pessoas inocentes quase apodreceram nas cadeias quando lutavam por direitos para os mais pobres”, ressaltou.

Ainda de acordo com a Assis do Couto “diante do novo quadro é fundamental a dispersão do movimento para evitar maiores prejuízos à economia do País e a população em geral. Não se justifica mais, por exemplo, que agricultores tenham que desperdiçar a produção por incapacidade de transportar seus produtos, a exemplo do leite e do frango. Portanto, considerando o encaminhamento das próprias entidades que representam os caminhoneiros, não reconheço mais e nem represento os que insistem na paralisação sob a bandeira da intervenção militar”.