A Petrobras reduziu em 22 por cento o custo de extração de óleo e gás no primeiro trimestre ante mesmo período de 2015, para 10,13 dólares por barril de óleo equivalente (boe), e a tendência é cair ainda mais no segundo trimestre, com a retomada da produção em plataformas que estavam em manutenção. O preço do barril de petróleo no mercado internacional está cotado, hoje, a US$ 46,17 .
A informação foi dada nesta quinta-feira (12/5) pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, durante entrevista a jornalistas convocada para comentar os resultados do primeiro trimestre, no qual a estatal teve prejuízo.
Segundo Solange, contribuíram para a redução de custos de extração o êxito da renegociação de contratos, em meio à queda dos preços do petróleo, e a melhora na eficiência das atividades na área de exploração e produção, além de uma contribuição da variação do real em relação ao dólar.
Ela disse que o custo de extração do pré-sal no período ficou abaixo de 8 dólares por boe.
“A redução de custo teria sido maior se a produção caísse menos… nesse sentido, teremos números bastante interessantes no segundo trimestre de 2016, porque o número de paradas programadas será bem inferior ao do primeiro trimestre”, afirmou Solange.
Durante o primeiro trimestre do ano, segundo a diretora, sete plataformas de produção entraram em parada para manutenção, somando um total de 980 mil barris por dia de capacidade de extração de petróleo e impactando a produção da empresa.
A empresa iniciou neste ano uma segunda rodada de renegociação de contratos na área de exploração e produção, o que, segundo a diretora, contribuiu para a queda do custo de extração.
A diretora reforçou o compromisso da empresa com a meta de produzir 2,145 milhões de barris de petróleo no Brasil em 2016, com o “contínuo” crescimento da extração no pré-sal. Estão previstas para este ano a entrada duas novas plataformas de produção no terceiro trimestre deste ano na Bacia de Santos.
Apesar da redução de custos, a área de exploração e produção teve um prejuízo de 605 milhões de reais, ante lucro de 3,413 bilhões de reais no mesmo período de 2015, devido ao declínio dos preços do petróleo, de 37 por cento no período, e menor produção de petróleo.
A Petrobras reportou redução de 7 por cento da produção de petróleo e gás natural no primeiro trimestre.
Além disso, colaboraram com o prejuízo a alta dos gastos com ociosidade de sondas, compensados em parte por menores gastos com participações governamentais.
Segundo a executiva, a empresa teve em 2015 um “ajuste forte” na preservação do fluxo de caixa e isso fez com que a empresa tivesse equipamentos contratados para determinados projetos ociosos.
“Resultado do E&P foi fortemente impactado por um número de 1,7 bilhões de reais de equipamentos ociosos no primeiro trimestre de 2016. Nosso planejamento mostra que são eventos que ainda vão acontecer em parte em 2016”, afirmou.
Entretanto, a executiva frisou que a empresa terá um frota completamente ajustada à demanda no fim deste ano ou em 2017.
ABASTECIMENTO
Na área de abastecimento, a Petrobras reduziu em 40 por cento as importações de diesel no primeiro trimestre, ante a média observada em 2015, para 47 mil barris por dia.
O diretor de abastecimento, Jorge Celestino, explicou que “o atual nível de processamento e perfil de produção de diesel, mais adequado à demanda, possibilitou melhorar a rentabilidade ao atender o mercado interno com derivados produzidos em detrimento de derivados importados”.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)