Pesquisa mostra que ricos estão mais ricos no Brasil

    
Renda média das classes A e B, que recebem acima de R$ 3,8 mil, aumentou 7,3% em 2007
 
SÃO PAULO - A vida do brasileiro melhorou neste ano, especialmente dos mais ricos. A renda média das famílias das classes A e B, que recebem acima de dez salários mínimos por mês (R$ 3,8 mil), aumentou 7,3% em 2007 em relação ao ano passado. O resultado superou a taxa de crescimento da média da população em geral, que foi de 5% para o período, e das classes mais pobres C e D/E, que registraram acréscimos de 4% e 2%, respectivamente.
 
Os números fazem parte de um estudo do instituto de pesquisa LatinPanel que visita 8,2 mil domicílios semanalmente em todo o País. A partir desses dados, foi traçado o perfil do orçamento dos brasileiros e feitas as projeções de renda e gastos.
 
"Os ricos ficaram mais ricos neste ano", afirma a diretora do instituto, Margareth Utimura. Houve crescimento da renda das classes A e B em quase todas as regiões pesquisadas, exceto na Grande São Paulo, Grande Rio e no Sul. O maior acréscimo ocorreu no Centro-Oeste (27,4%), seguido pelo interior de São Paulo (7%).
 
Margareth aponta dois fatores, além da recuperação do emprego e da estabilidade de preços, que sustentaram a alta da renda dos mais ricos. Um deles foi o aumento médio de 27% das comissões recebidas neste ano, como a remuneração variável paga pelas empresas.
O outro fator foi o rendimento das aplicações financeiras, que mais que dobrou (216%) para essa camada. O corretor de imóveis José Eduardo de Arruda, de 50 anos, casado e pai de três filhas, sentiu no bolso essa folga na renda. "Desde o fim de 2006 estou conseguindo poupar 5% do que ganho".
 
A melhora, diz ele, é reflexo do bom momento do mercado imobiliário. Hoje o volume de negócios fechados é 10% superior ao do ano passado. Com mais dinheiro no bolso, ele está consumindo mais: aumentou os gastos com lazer e planeja adquirir o segundo carro. "Quero comprar um Fox, à vista".
 
O estudo mostra que as classes A e B ampliaram em 26% os desembolsos com a compra de veículos à vista neste ano. Nas despesas gerais, os gastos dos mais ricos cresceram 5% e superaram a média da população (4%).
 
Os gastos das classes C e D/E cresceram abaixo da média geral, com variação de 2% e 3% respectivamente. A novidade é que o desembolso dessas camadas de renda menor está mais direcionados para produtos que proporcionam mais qualidade de vida e praticidade.
 
Nesse rol, aumentaram gastos com iogurte, molhos, materiais de construção para reforma. As compras da família de Sebastião e Mônica de Souza Amaral, moradores de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, por exemplo, mudaram muito nos últimos anos.
 
"Os supérfluos estão mais em conta", diz Mônica. Achocolatados, biscoitos, sorvetes, sucos industrializados e congelados passaram a fazer parte da despesa. Ela diz que o orçamento está mais equilibrado. O estudo mostra que, pelo segundo ano consecutivo, a renda superou o gasto da população.
 
Fonte: “Tribuna da Imprensa”, 9/11/2007

    

Renda média das classes A e B, que recebem acima de R$ 3,8 mil, aumentou 7,3% em 2007

 

SÃO PAULO – A vida do brasileiro melhorou neste ano, especialmente dos mais ricos. A renda média das famílias das classes A e B, que recebem acima de dez salários mínimos por mês (R$ 3,8 mil), aumentou 7,3% em 2007 em relação ao ano passado. O resultado superou a taxa de crescimento da média da população em geral, que foi de 5% para o período, e das classes mais pobres C e D/E, que registraram acréscimos de 4% e 2%, respectivamente.

 

Os números fazem parte de um estudo do instituto de pesquisa LatinPanel que visita 8,2 mil domicílios semanalmente em todo o País. A partir desses dados, foi traçado o perfil do orçamento dos brasileiros e feitas as projeções de renda e gastos.

 

“Os ricos ficaram mais ricos neste ano”, afirma a diretora do instituto, Margareth Utimura. Houve crescimento da renda das classes A e B em quase todas as regiões pesquisadas, exceto na Grande São Paulo, Grande Rio e no Sul. O maior acréscimo ocorreu no Centro-Oeste (27,4%), seguido pelo interior de São Paulo (7%).

 

Margareth aponta dois fatores, além da recuperação do emprego e da estabilidade de preços, que sustentaram a alta da renda dos mais ricos. Um deles foi o aumento médio de 27% das comissões recebidas neste ano, como a remuneração variável paga pelas empresas.

O outro fator foi o rendimento das aplicações financeiras, que mais que dobrou (216%) para essa camada. O corretor de imóveis José Eduardo de Arruda, de 50 anos, casado e pai de três filhas, sentiu no bolso essa folga na renda. “Desde o fim de 2006 estou conseguindo poupar 5% do que ganho”.

 

A melhora, diz ele, é reflexo do bom momento do mercado imobiliário. Hoje o volume de negócios fechados é 10% superior ao do ano passado. Com mais dinheiro no bolso, ele está consumindo mais: aumentou os gastos com lazer e planeja adquirir o segundo carro. “Quero comprar um Fox, à vista”.

 

O estudo mostra que as classes A e B ampliaram em 26% os desembolsos com a compra de veículos à vista neste ano. Nas despesas gerais, os gastos dos mais ricos cresceram 5% e superaram a média da população (4%).

 

Os gastos das classes C e D/E cresceram abaixo da média geral, com variação de 2% e 3% respectivamente. A novidade é que o desembolso dessas camadas de renda menor está mais direcionados para produtos que proporcionam mais qualidade de vida e praticidade.

 

Nesse rol, aumentaram gastos com iogurte, molhos, materiais de construção para reforma. As compras da família de Sebastião e Mônica de Souza Amaral, moradores de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, por exemplo, mudaram muito nos últimos anos.

 

“Os supérfluos estão mais em conta”, diz Mônica. Achocolatados, biscoitos, sorvetes, sucos industrializados e congelados passaram a fazer parte da despesa. Ela diz que o orçamento está mais equilibrado. O estudo mostra que, pelo segundo ano consecutivo, a renda superou o gasto da população.

 

Fonte: “Tribuna da Imprensa”, 9/11/2007