PEC de pedetistas que viabiliza pagamento do piso da enfermagem é aprovada na Câmara


Ascom Lid./PDT com Ag. Câmara / Redação
16/12/2022

Proposta prevê uso de superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para cobrir aumento

 

O PDT conseguiu dar mais um passo na luta pela garantia de um piso maior para a enfermagem. As PECs 390/14 e 27/22 (apensada), dos deputados pedetistas cearenses André Figueiredo e Mauro Benevides Filho, respectivamente, foram aprovadas na Câmara dos Deputados, em dois turnos. Os projetos destinam recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso salarial da categoria no setor público; nas entidades filantrópicas; e aos prestadores de serviços com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A proposta de André Figueiredo será enviada ao Senado na forma do substitutivo da comissão especial, de autoria da relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). O texto incorpora a maior parte da PEC 27/22 e também vai passar por dois turnos de votação na Casa legislativa.

Segundo a proposta, a ajuda da União para estados e municípios usará recursos do superávit financeiro dos fundos públicos do Poder Executivo, verificados ao fim de cada ano, entre os exercícios de 2023 a 2027, exceto os saldos vindos do esforço de arrecadação dos servidores civis e militares da União, como os relacionados à cobrança da dívida ativa.

O piso da enfermagem, já aprovado pelo Congresso Nacional, está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento do ministro Roberto Barroso, autor da decisão, foi que a criação do piso sem uma fonte de recursos garantida levaria a demissões no setor e colocaria em risco a prestação de serviços de saúde. A decisão atendeu ao pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde).

A relatora da PEC assegurou que a proposta apresenta fontes seguras e certas de financiamento para o piso salarial. “A enfermagem, esse grande contingente de trabalhadores e trabalhadoras, a maioria mulheres, aguarda há meses a implementação da lei já votada e sancionada por esta Casa”, disse.

O texto aprovado deixa de fora do teto de gastos as despesas correntes e os valores transferidos pela União aos fundos de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios para complementar o pagamento do salário a fim de se atingir o piso.

Haverá ainda uma transição para que esses entes, que terão um aumento das despesas com pessoal, contabilizem o piso nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.