Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (16), na sede do PDT, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), a delegada Martha Rocha, terceira colocada na eleição à prefeitura do Rio pela Coligação “Unidos Pelo Rio” (PDT – PSB), afirmou que não vai apoiar nenhum dos dois candidatos que estão no segundo turno. Ela ainda destacou que sofreu ataques e mentiras ao longo da campanha. “Uma decisão do Ministério Publico demonstra a conduta misógina que eu sofri”, relembrou.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também expôs que iria propor a executiva do partido que não fosse declarado apoio a nenhum candidato no segundo turno.
Ele ressaltou que um dos lados representa tudo aquilo que o partido se opôs ao longo da sua história, enquanto o outro se apoiou em uma campanha de baixo nível. “O partido como instituição não deixará que nenhum militante use a sua sigla, bandeira e sua história para apoiar qualquer candidatura. De um lado, temos o fundamentalismo religioso e o Bolsonaro, que nós historicamente sempre combatemos. Do outro lado, a covardia, o desrespeito, o jogo baixo e pequeno que também não aceitamos”, declarou.
Martha também agradeceu o carinho da população e o empenho dos militantes do PDT e do PSB. Ela destacou que as urnas mostraram que a sua chapa se mostrou a única candidatura progressiva viável para estar no segundo turno e que a pesquisa de intenção de votos divulgada no dia anterior à eleição, com resultado que se revelou errado, prejudicou a campanha, revertendo votos úteis que já havia conquistado, bem como impedindo a migração de mais votos.
“Se houve um erro técnico na análise da pesquisa ou proposital, o futuro vai responder. Agora, eu não tenho a menor dúvida de que essa pesquisa errada sinalizou para algumas pessoas a desistência do voto útil”, afirmou Martha, que também aproveitou para agradecer a oportunidade de ter representado o PDT na eleição, bem como o apoio do PSB.
A pedetista também destacou a amizade que se formou entre ela e o seu vice Anderson Quack ao longo da campanha e elogiou o empenho dos militantes dos dois partidos. “Obrigado a todos que estiveram nos ajudaram. Deixo um abraço muito especial aos militantes do PDT e do PSB que estiveram sempre conosco”, disse a Martha, que ainda destacou que continuará defendendo os interesses da cidade e do estado na Assembleia Legislativa.
Lupi aproveitou o momento para agradecer a dedicação da Martha. Ele ressaltou que ela sempre se mostrou disposta nas longas caminhas e agendas cansativas nas últimas semanas. Também destacou que ela foi responsável por colocar o PDT novamente com chances em uma disputa, o que não acontecia desde os tempos de Brizola.
“Você fez uma campanha altiva. Foi atacada de forma covarde, desonesta por quem não sabe respeitar as mulheres e a história que você conquistou na sua vida. Nós temos muito orgulho do que você representou para a gente”, elogiou o presidente do PDT, que também fez questão destacar a importância do Anderson Quack ao longo da campanha.
O candidato à vice reforçou os elogios à campanha e ponderou que houve sempre a preocupação de estabelecer um diálogo com todos os setores da cidade e o compromisso de seguir a diretriz de fazer diferente e não ficar na demagogia de outros políticos. “Nós dialogamos com os empreendedores da favela e do asfalto. Conversamos inter-religiosamente com todos os setores do Rio que professam sua fé, pois somos um estado laico. A nossa chapa teve coragem para fazer diferente.”
O presidente estadual do PSB-RJ, o deputado federal Alessandro Molon, reiterou as críticas da Martha sobre a pesquisa divulgada no sábado à noite. Ele concordou que a prévia serviu para retirar votos úteis e prejudicou as chances da campanha de chegar no segundo turno. “Não queríamos apenas estar no segundo turno. Nós queríamos vencer para mudar os rumos da cidade e não ficar condenado aos desastrosos do presente ou a uma volta aos fantasmas do passado”, declarou Molon, que também garantiu que não há chances do PSB apoiar um candidato do Bolsonaro. “Continuaremos sempre disponíveis a construir a unidade em torno da chapa Progressista que tenha mais condições de vencer as eleições”, afirmou.