“Tais manifestações acabam por atingir a dignidade moral coletiva de, praticamente, toda a parcela negra”, relata o movimento no manifesto
Racismo, intolerância e desrespeito à dignidade humana. Diante deste cenário, o PDT-Axé divulgou, na última semana, um manifesto de repúdio contra o presidente da Fundação Palmares, Sérgio de Camargo, que promoveu declarações públicas de defesa da escravidão e de combate aos movimentos negros.
No documento, o movimento pede a sua saída do cargo, bem como a responsabilização criminal, diante da gravidade dos atos praticados. Para os pedetistas, as rotinas do gestor entram em choque direto com as atribuições da entidade do governo federal, promotora, por lei, da implementação de práticas que busquem salvaguardar a história e a cultura afrodescendente, além da integração cultural, social, econômica e política do negro, incluindo quilombolas, no contexto social do país.
“Quando o presidente da Fundação Palmares, estando no exercício do cargo e não como um cidadão civil, verbaliza que ‘não há salvação para o movimento negro’, se cria uma situação inadmissível entre a entidade e seu representante máximo”, pondera o PDT-Axé, ao completar: “Passa a não mais poder ser tido como representante da parcela negra da população e que estaria ocupando esse cargo até mesmo pelo seu fator de vínculo racial com as atividades desse mesma entidade.”
Considerando o contexto atual, onde manifestações contra o racismo e a discriminação se espalham pelo mundo desde a morte de um negro, George Floyd, nos Estados Unidos, por um policial branco, o representante do governo Bolsonaro acaba ratificando um desequilíbrio no tratamento do tema no país.
“Estão se avolumando as ocorrências violentas e o presidente da Fundação Palmares classifica o movimento negro brasileiro como sendo a escória maldita que abriga vagabundos. Não pode ser tida como razoável, necessária ou justificável”, criticou, na nota. “É de se destacar que tais manifestações acabam por atingir a dignidade moral coletiva de, praticamente, toda a parcela negra da sociedade brasileira”, concluiu.
Leia o manifesto na íntegra: