Partido alega que presidente da República “ostenta caráter patológico” com “arroubos autoritários”
O PDT acionou a Procuradoria Geral da República (PGR), nesta terça-feira (10), para solicitar novamente a interdição do presidente da República, Jair Bolsonaro, a partir da realização de exame pericial. Reiterando um pedido feito em março deste ano ao procurador Augusto Aras, o partido, por meio dos presidente e vice-presidente, Carlos Lupi e Ciro Gomes, respectivamente, listou novos movimentos antidemocráticos do chefe do Executivo ao longo dos últimos meses, o que “certamente evidenciam a incapacidade mental”.
“Jair Messias Bolsonaro não está -ou nunca esteve- na plenitude das suas faculdades mentais, no que se mostra incapaz de medir as consequências de suas ações, notadamente quando age de forma renitente em colocar a vida da população brasileira em risco”, apontou o documento.
“No início, imaginava-se que os arroubos autoritários consubstanciavam-se em cenas erráticas para angariar o apoio da população, mas o decorrer dos anos pôs em evidência que o comportamento do Senhor Jair Messias Bolsonaro ostenta caráter patológico, pois não se afigura crível que um Presidente da República apresente um extenso histórico de condutas que jamais seriam praticadas por pessoas em plenitude comportamental”, acrescentou.
Ao classificar como “desastrosa” a atuação de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia da Covid-19, o partido indicou que a gestão “genocida e ignóbil do presidente” fomenta o “negacionismo e o obscurantismo em detrimento da ciência e da vida humana”.
“O Presidente da República estiola direitos de estatura maior sob o argumento de que está pondo o Brasil em ordem, mas apenas conduz a nação à penúria, à barbárie e impõe comportamentos restritivos ou impeditivos dos direitos fundamentais da população”, acrescenta.
Em complemento, a sigla também ressaltou os conflitos com os demais Poderes, em destaque o Judiciário, a partir do Supremo Tribunal Federal (STF). Como forma de ratificar a tentativa de rompimento do regime democrático, citou a ameaça transmitida com a realização do desfile com veículos blindados da Marinha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
“O mais grave é que no dia em que a Câmara dos Deputados votará a proposta do voto impresso, o Presidente da República acompanhará a passagem dos tanques de guerra pelo Palácio do Planalto”, relatou, ao finalizar: “Obviamente que o desfile é uma tentativa de intimidação para o Poder Legislativo, o que é uma loucura, uma conduta que não guarda sintonia com o cargo de Presidente da República”.
Confira aqui a íntegra da ação.