São quatro décadas, dois anos e um histórico de conquistas de uma legenda cuja trajetória é anterior a junho de 1979, quando, em Lisboa, capital de Portugal, um grupo de trabalhistas liderados por Leonel Brizola elaborou uma carta contendo os moldes de um novo partido. Ela é anterior, inclusive, ao 26 de maio de 1980, quando o Partido Democrático Trabalhista (PDT) foi oficializado no Brasil.
Seu nome, que representa a permanente luta de verdadeiros nacionalistas pela defesa da democracia e pela busca por um verdadeiro caminho de progresso que tragam dignidade para a classe trabalhadora do País, é uma extensão de um legado que vem de um usurpado Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) fundado por Getúlio Vargas, com base no pensamento de Alberto Pasqualini, presidido por João Goulart, nosso eterno Jango, e proscrito pelo golpe de 1964. Seu legado permaneceu vivo e revigorado por Brizola, Darcy Ribeiro, Alceu Collares e Abdias Nascimento que, dentre outros notórios trabalhistas, órfãos do PTB raiz, regressaram de amargos exílios e fundaram o PDT, para, assim, manterem viva a chama ardente do verdadeiro Trabalhismo, renovado pelo dever de fazer do Brasil um lugar melhor para se viver.
Os tempos são outros, porém, mudam-se as fórmulas e as estratégias, mas, de golpe em golpe, a ainda jovem democracia brasileira continua a ser brutalmente violada por aqueles que, no passado, tomaram o poder de um João Goulart amparado por uma maioria esmagadora de um Brasil que ousava sonhar. O justo anseio de uma população que vislumbrava no governo de Jango a continuidade de políticas públicas que reformariam o País em suas bases e que, além de uma continuidade do progresso trazido por Vargas, conduziria a nação a um patamar onde os menos favorecidos encontrariam a tão almejada dignidade, fora esmagado com truculenta repressão.
Sim, mudam-se os atores, o figurino e as estratégias, mas, no resumo da ópera em que se desenrola a realidade do nosso país, quem sabe ler, vê e revê um enredo em que a luta da classe menos favorecida por uma vida digna e justa é travada contra uma assustadora desumanidade. A batalha diária pelo emprego, pela moradia e pela vida tem sofrido constantes reveses materializados por retrocessos promovidos por um governo que representa uma elite que não se contenta apenas em enriquecer às custas dos mais vulneráveis, mas busca manter-se no poder a ferro, fogo e fake news, retirando e negando direitos, desrespeitando as instições democráticas de direito, deixando um rastro cada vez mais crescente de fome, miséria e reprimida indignação.
Diante deste cenário, que representa uma verdadeira guerra pela vida, o PDT, há 18 anos liderado pelo seu presidente nacional, Carlos Lupi, completa 42 anos de uma luta incessante pelo direito do afrodescendente não ter vergonha de sua cor e de suas raízes, de o índio continuar a viver em suas terras, usufruindo daquilo que nela produzem, da mãe de família voltar do trabalho tranquila ao encontrar seus filhos em casa depois de um dia na escola, de todos os trabalhadores poderem se alimentar, vestir e descansar com o fruto do suor do seu rosto, de o jovem, independente de sua classe social e do lugar onde nasça e viva, ter acesso à uma Educação de qualidade, que o permita almejar conquistas profissionais das quais ele e sua família possam se orgulhar.
Essas são algumas das bases da bandeira levantada pelo Partido Democrático Trabalhista, que tem sido tremulada ao longo de uma trajetória regada com suor e lágrimas e pavimentada com importantes conquistas. O partido tem sido a voz do povo a quem ele tem dado espaço para falar. Ele reverbera as vozes de Edialedas, Jurunas, Abdias, Marias e Josés. Essa é a nossa luta que, mais do que nunca, se faz necessária, e tem sido realizada por meio de projetos consistentes, que dialogam com a realidade de cada canto deste imenso Brasil.
Na defesa da democracia, o PDT tem atuado por meio da busca pelo diálogo, por uma oposição propositiva frente à tudo aquilo que envolva os direitos e as necessidades da população brasileira e, sim, também por ações jurídicas, em todos os meios legalmente amparados pela nossa Constituição que, mais do que nunca, tem sido violada por um governo que, na prática contrária a tudo o que ela garante, revela-se genocida e fascista.
Neste ano de 2022, ainda em meio às celebrações do centenário de nascimento do líder eterno Leonel Brizola, o PDT completa oficialmente 42 anos e escreve mais um capítulo de uma história que continua a ser vivida por cada liderança que carrega a nossa bandeira, cada candidato alinhado com a nossa ideologia, cada militante aguerrido e cada apoiador que, com as mangas arregaças, a consciência esclarecida, o coração vestido de fé e a alma cheia de esperança abraça o nosso Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), tendo como carro chefe da candidatura de Ciro Gomes à Presidência do Brasil.
Mais do que um apanhado de ideias e conjecturas, o PND é um programa muito bem estudado e elaborado por especialistas que, além de compreenderem com inteligência fatos e números, entendem o Brasil de hoje e trabalham para que ele seja muito melhor amanhã, o mais breve possível. Ele é uma extensão de nossa luta, fruto de nossos aprendizados, e a expressão do nosso amadurecimento, enquanto nos consolidamos como o partido genuinamente representante do Trabalhismo no País.
A nossa luta, revigorada pela “rebeldia da esperança”, é a luta por direitos, pela dignidade e pela vida. E é por isso que ela segue mais firme, consciente e coerente do que nunca. E é o fortalecimento dessa luta que celebramos neste 26 de maio de 2022.