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O Partido Democrático Trabalhista (PDT) nascia em 26 de maio de 1981, liderado por Leonel Brizola, e construído por uma grande confluência de lideranças políticas que traziam consigo uma bagagem plural e diversa, era a consolidação de um novo partido que carregava consigo a esperança de um novo Brasil: mais justo e desenvolvido.
Naquele passado, não tão distante, a conjuntura inseria, como desafios centrais ao país, a consolidação democrática e o enfrentamento aos problemas econômicos que produziam crise fiscal e já sinalizavam para hiperinflação (flagelo que nos atingiu durante toda a década de 80). Tudo fruto de um regime de imposturas inaugurado anos antes por um golpe que apeou os trabalhistas do poder, e rompeu o cordão umbilical de uma política de desenvolvimento nacional que estava a pleno vapor.
Desde então, muita coisa mudou, mas penso que acumulamos ao desafio do presente, as dívidas com a nossa história que não se resolveram. A concentração de renda, a fome e miséria, a violência, a não democratização da terra e da moradia continuam na ordem do dia. Agora, reunimos estes problemas seculares aos dos novos tempos.
O desemprego, produto da globalização e da revolução digital, a transição do clima, que nos força a medidas urgente que impeçam a emissão de CO2, a fragilidade democrática impulsionada por um governo genocida e autoritário são elementos novos que devemos acumular em nossas preocupações como partido.
É certo que algumas coisas melhoraram nos últimos anos, mas sempre é preciso avançar. Hoje, viabilizar um projeto transformador se tornou mais difícil pela imposição de uma hegemonia neoliberal que nos drena a capacidade de investimento e submete nossa gente a um rentismo desenfreado e selvagem.
De fato, o sonhado “estado do bem estar”, perseguido pelos nossos líderes e nossa ação política, não se concretizou mesmo quando tivemos governos progressistas a frente da política nacional. Não aconteceram as reformas de base que viabilizariam essa mudança estrutural tão necessária.
Nossa causa histórica, de um partido quarentão e de uma corrente política com mais de 90 anos, está mais vivíssima e se renova a cada dia. Os recentes ataques aos direitos trabalhistas e sociais, as privatizações lesivas ao patrimônio nacional, a violação de direitos humanos pelo estado, a não garantia de uma educação integral que permita a equidade de oportunidades continuam sendo um nó górdio que nos estrangula enquanto pátria em pleno século XXI.
Queria uma conjuntura diferente que nos trouxesse oportunidades, mas hoje, ao celebrarmos nossos quarenta e um anos como partido, devemos reiterar nosso compromisso de luta pela transformação social.
Precisamos fortalecer o trabalho de base para que tenhamos impacto popular. Só desta forma seremos o almejado terceiro campo político que rompa com a polarização atual e represente verdadeiramente o socialismo democrático. A execução disto será realizada pelo arrojado e moderno Projeto Nacional de Desenvolvimento Sustentável, que reúna aqueles que temem a chegada ao fim do mês, aos que temem a chegada ao fim do planeta.
*Everton Gomes é policial civil, cientista político e integrante da Direção Nacional do PDT.