Uma história marcada por luta, resistência, defesa da democracia, do povo e do Estado brasileiro
Quarenta anos de luta, de coerência e de coragem. O PDT estaria hoje comemorando a data com um grande encontro em Brasília, mas, infelizmente, tivemos que nos recolher e ficar em casa por conta da pandemia. É o que exige a luta contra o Covid-19, tristemente agravada por outro vírus que teima em corroer o nosso Estado e a democracia: o bolsonavírus. Mesmo assim, não podemos deixar de registrar a importância dos 40 anos do nosso partido na vida de cada um de nós.
São 40 anos, desde a fundação, de um partido político que sempre foi nacionalista e patriota. Nossa história, ainda mais antiga que a legenda, ostenta a visão estratégica que Getúlio teve na década de 1930 quando fez a Revolução. Vargas integrou o Brasil – país de proporções continentais –, tirando-o da política do café-com-leite e entregando ao seu povo uma nova perspectiva de governo e de nação.
A visão estratégica de Getúlio Vargas tirou o Brasil da condição de país rural, criando e fomentando a indústria. Também deixou como legado os direitos trabalhistas, a exploração nacional do petróleo (fundou a Petrobrás) e o voto feminino. Defendendo intransigentemente o Estado brasileiro, o trabalhista foi o único presidente da história a dar sua vida pra impedir um golpe. Uma trajetória que marca a profunda herança honrosamente envergada pelo PDT.
Esse trabalhismo desenvolvido com Getúlio, que foi alimentado por Pasqualini em seu ideário e teve Darcy Ribeiro e João Goulart – único presidente morto no exílio – em suas trincheiras, se afirma na criação do partido em 26 de maio de 1980. O PDT é o único e legítimo herdeiro do movimento iniciado na Revolução de 1930.
Somos herdeiros do legado de Vargas, da história de Brizola, Jango, Pasqualini, Darcy, Abdias e tanto brasileiros que com honra presidiram esse partido. Lembremos de Doutel de Andrade, Neiva Moreira, Edialeda e tantos outros nomes que é impossível mencionar a todos. Mas lembramos deles olhando para o futuro grave que temos de enfrentar. Lutamos contra esse profeta da ignorância que, alocado hoje no Palácio do Planalto, dissemina o ódio, contraria a ciência, desrespeita a medicina e leva uma parcela da população, que ainda resiste em acreditar na sua ignorância, a ser contaminada e disseminar uma doença.
Quarenta anos se passaram e parece que o filme é velho. Ainda combatemos uma direita raivosa, odienta, a mesma que obrigou Getúlio a se suicidar e Brizola a enfrentar, junto com Jango, o exílio doloroso. É a mesma direita que impediu Brizola de ser presidente da República. Nós não calaremos; resistiremos! O trabalhismo é a resistência democrática de luta de um povo e só conseguiremos ser livres quando o povo brasileiro for dono dessa nação.
O trabalhismo resistirá e nós chegaremos lá. Somos a resistência histórica de uma pátria, na luta pela democracia, pela liberdade e pela garantia constitucional. Somos a resistência de quem nunca desiste de lutar, mesmo contra os poderosos, contra as armas e contra a violência. Depende de cada um de nós a nossa capacidade de resistência, de luta e de coragem para vencer o inimigo maior do povo brasileiro: a ignorância.