“Parar Bolsonaro é salvar vidas”, afirma William Rodrigues, ao defender bloco democrático das juventudes partidárias


15/06/2020

“O ponto de partida é o que nos une: a defesa da democracia. As divergências ficam de lado”, disse o presidente nacional da Juventude Socialista (JS), William Rodrigues, durante a sua participação, nesta segunda-feira (15), no encontro virtual que debateu a formação do bloco democrático das juventudes do PDT, PSB, Rede, PV e Cidadania.

Mediado pela secretária de Comunicação do PV, Mariana Perin, o debate com lideranças nacionais analisou a integração suprapartidária para proteção das garantias fundamentais da Constituição e combate aos retrocessos do governo Bolsonaro. Entre os demais presentes, o secretário nacional de Juventude do PV, Gustavo Gama; o presidente nacional da Juventude do PSB, Tony Sechi; a coordenadora nacional de Ativismo e Movimentos Sociais da Rede Sustentabilidade, Bruna Paola, e o coordenador nacional da J23, do Cidadania, Bruno Arruda.

Na mobilização para o ato virtual “Janelas pela Democracia: Impeachment Já”, que é composto pelos mesmos partidos da frente citada e terá sua segunda edição realizada nesta quinta-feira (18), às 18h30, William Rodrigues ressaltou a relevância de disputar mentes e territórios, além de reforçar as atitudes eficientes no Congresso e no Judiciário.

“O Brasil precisa construir pontes e diálogos para repactuar o país. As juventudes têm esse papel essencial de dialogar não só entre partidos, mas também com a sociedade. Não conseguimos falar da história brasileira sem falar da juventude, que sempre tomou as ruas e agora ocupa também as redes sociais”, relatou, ao citar o apoio e parceria do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

Para o secretário nacional de Juventude do PV, Gustavo Gama, existe um desmonte das políticas sociais através de uma ação sistêmica do governo Bolsonaro. Diante desse retrocesso, ressalta o valor criado pela união dos partidos para ampliar o potencial de enfrentamento.

“A democracia se constrói não só com esquerda e direita, mas com todos os democratas. A formação de um novo campo político mostra o respeito com as diversidades de opiniões. A sua defesa está acima das diferenças”, comentou.

No referendo das posições citadas, Bruna Paola exaltou a representatividade da mulher jovem na política e o enfraquecimento do presidente da República a partir da oferta de caminhos alternativos.

“É o compromisso não só de lutar contra o governo, mas também com uma agenda que resgate a esperança das pessoas. Estamos apresentando ações positivas contra o desmonte de diversas áreas, como o social e o meio ambiente”, ressaltou.

Tony Sechi lembrou, durante a sua intervenção, que a maioria da população está alinhada ao pensamento do bloco, conforme comprovado reiteradamente em pesquisas de opinião.

“Somos os 70% que acredita na democracia e na busca do diálogo. Temos a responsabilidade de mostrar aos brasileiros que eles podem agregar nessa construção”, garantiu, ao citar que a unidade dos partidos também pode chegar ao processo eleitoral.

Citando as dificuldades da região amazônica no período da pandemia, Bruno Arruda mencionou o impacto provocado pelas deficiências apresentadas pelo governo federal e o diferencial da união das siglas.

“É uma frente importante. Juntos, estamos lutando pela democracia, instituições e vidas que estão sendo atacadas pelo atual governo, com destaque para as minorias, como os indígenas”, pontuou.

Ensino

Ao abordar o poder transformador da educação e sua capacidade de transformação por meio de novas tecnologias, William Rodrigues ponderou que as desigualdades ainda despontam como um dos grandes limitadores para efetivação do acesso universalizado ao ensino de qualidade, considerando a articulação entre os formatos presencial e à distância.

“Não tem como ter um ensino inteiro no EAD, pois o momento presencial é fundamental. Por isso, a sua expansão precisa ser cuidadosa e responsável, além de avaliar os impactos das peculiaridades de cada canto do Brasil no processo contínuo de formação das crianças e jovens”, comentou, ao citar, inclusive, a luta, nas últimas décadas, pela expansão das universidades e da oferta de vagas para a população mais vulnerável.

Com a precariedade do acesso à internet, Gustavo Gama endossou a necessidade de considerar a diversidade encontrada entre os cidadãos espalhados por todos os estados.

“25% dos jovens estão desempregados. O tempo de reinserção pode levar até 2 anos. Sem construir uma nova forma de ensino, vamos envelhecer antes de prosperar. Num país de dimensões continentais, temos que olhar para todas as juventudes”, justificou.