Para Carta Capital, o presidente nacional do PDT também defendeu a prisão do deputado Daniel Silveira
Em entrevista à Carta Capital nesta quarta-feira (17), o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ratificou Ciro Gomes como pré-candidato na composição do cenário para a eleição presidencial de 2022: “Nós temos, hoje, candidato e projeto. É o nosso direito”.
Para o pedetista, o ex-governador do Ceará simboliza uma alternativa viável a partir da sua qualificação e de uma base progressista de ações traduzida, inclusive, na obra ‘Projeto Nacional: O dever da esperança’, lançada no ano passado.
“O PDT apresenta um Projeto Nacional de Desenvolvimento desde a campanha de 2018″, afirmou, ao completar: “O Ciro andou esse Brasil todo e escreveu um livro sobre esse projeto”, disse.
Lupi avalia que a população não vai mais acreditar em outsiders “como salvadores da pátria”, incluindo artistas de televisão ou apolíticos, pois “já mostrou (Bolsonaro) que não deu certo”. A diferença de 2022, para o ex-deputado federal, será a apresentação de uma experiência concreta para convencer a sociedade.
“Sem qualquer tipo de preconceito” e “com diálogo”, a opção trabalhista desponta, segundo Lupi, para atender o anseio social por soluções atuais para resgatar o país, que está “completamente diferente de 12 anos atrás”.
“Queremos apresentar ele (Ciro) para todo o Brasil e tentar aglutinar as forças populares em torno do nome dele, mas não é imposição. É conquista”, assegurou, mencionando a manutenção do legado de Leonel Brizola, fundador do PDT.
“Nós temos que olhar o que fazer. O Brasil no caos que está, no meio da pandemia, com o Estado sendo destruído, com um presidente da República inoperante e inapto para a função. É o profeta da ignorância, pois profetiza, junto com um monte de conselheiros, o descumprimento das ordens da OMS, a Organização Mundial de Saúde”, pontuou, contrastando a presente taxa de desemprego e o alcance do pleno emprego, em 2010, durante sua gestão como ministro do Trabalho.
Constitucionalidade
Sobre a prisão do deputado federal, Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi expedida, nesta terça-feira (16), pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e ratificada, por unanimidade pelo plenário da Corte, Lupi indicou que a imunidade parlamentar e a liberdade de expressão apresentam limites constitucionais e não autoriza ameaças, ofensas e fake news, como as proferidas por vídeos na internet.
“Foi de uma violência, de uma agressão gratuita, que não é permitido a ninguém no exercício do seu mandato fazê-lo. O Supremo é a mais alta Corte do país, o guardião da Constituição. Sou completamente favorável a esse ato da prisão, que deu uma demonstração clara da ordem constituída e quem é a autoridade maior desse país”, afirmou, ao mencionar a unidade dos ministros em prol do Estado Democrático de Direito.
O PDT, em conjunto com mais cinco partidos, protocolou ontem (17) no Conselho de Ética da Câmara uma representação para cassação do mandato do deputado por quebra de decoro parlamentar.
Assista a entrevista completa abaixo.