China e Índia mostram ao mundo como se faz diplomacia e economia
China e Índia são as duas maiores populações do mundo e também integram o seleto rol dos maiores produtores de vacinas do Globo e, além disso, o protagonismo desses países na produção das vacinas contra o Covid-19 é inegável.
Mas o que isso tem a ver com o Brasil? Nesse momento, tudo a ver!
O governo de Jair Bolsonaro eliminou todas as outras opções de compra de vacinas, depositando todas as suas fichas na “Vacina de Oxford” produzida pelo Serum Institute, na Índia.
Ao mesmo tempo, o governo de São Paulo, liderado por João Dória (PSDB), faz um acordo entre o Instituto Butantã e o laboratório chinês Sinovac para a produção de uma vacina e a transferência de tecnologia e insumos para a produção, a posteriori, em São Paulo.
A vacina chinesa está pronta, enviada ao Brasil e já distribuída para os estados. Já a vacina indiana continua lá, mas sem a perspectiva de chegar aqui.
Fora que a Índia começou a sua vacinação agora e priorizou a sua população e seus aliados e parceiros comerciais asiáticos e africanos. A China, por sua vez, “assiste de camarote” a necessidade brasileira por novos insumos para a produção de novas vacinas. A paciência dos chineses é notória!
O governo brasileiro e sua diplomacia, por causa da submissão canina a Washington, atacou, acusou e falou dezenas de asneiras do nosso maior parceiro comercial. Os chineses advertiram como isso prejudicaria mais o Brasil do que a eles e agora Bolsonaro, seus filhos, seus ministros parlapatões e seu “chanceler biruta de aeroporto” terão que fechar a boca pois eles tem os insumos e o prejuízo poderá ser muito maior.
E a Índia? Valeu a pena tentar enquadrá-los preparando um avião para forçar a nos entregar as vacinas?
Diplomacia não se faz com gritos, com atitudes hostis, tampouco com submissão a Washington, Pequim, Londres ou qualquer outra praça. Se faz com altivez e respeito, também com objetivos que estejam integrados à nossa soberania.
O negacionismo, o isolacionismo, a submissão e a cretinice levaram a diplomacia brasileira ao limbo internacional, ao ridículo.
Oswaldo Aranha, Barão do Rio Branco e tantos outros que construíram a nossa tradição diplomática devem estar se remoendo no túmulo…
*Marcelo Barros é membro do Diretório Nacional do PDT pelo estado do Amazonas.