Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca.
( Darcy Ribeiro ).
A Governadora do Estado do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, sancionou em 4 de janeiro deste ano, a Lei Complementar nº 463, de 03 de janeiro de 2012, que dispõe sobre o subsídio dos Militares do Estado. Ela não assinou por ser boazinha, não. A Lei é uma conquista da categoria policial, fruto de negociação do Governo do Estado com os respectivos Comandos das Corporações Militares do Estado, bem como representantes da categoria militar de Praças e Oficiais. O que eu estou querendo saber é porque os inativos e pensionistas não estão recebendo o subsídio?
No dia 2 de agosto, denunciei, na Câmara Municipal, o descumprimento da Lei Complementar nº 463 e cobrei à governadora Rosalba Ciarlini providências imediatas no sentido de pagar aos inativos e pensionistas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte.
Por que me excluíram do processo de negociação?
As entidades representativas me tiraram do processo de negociação, inclusive não me dando direito à fala nas assembléias da categoria, alegando que eu estaria ali presente para fazer política. Ora, minha categoria me elegeu para ser política. Eu tinha que estar ao lado da categoria no momento em que ela estava em processo de negociação, porque entendo que o meu mandato é para abrir as portas políticas.
Será que meus companheiros se esqueceram das vitórias que conquistamos juntos com tantos sacrifícios e sofrimentos? Alguns talvez sim, mas a maioria com certeza conhece a minha história e sabe que eu sempre estive, estou e estarei com a minha categoria.
Os maiores prejudicados estão sendo os inativos e pensionistas
Se não participei do processo de negociação foi porque me impediram. Resultado: o subsídio chegou. Mas, não está sendo pago aos inativos e às pensionistas e não existe nenhuma garantia para que eles venham a receber. A lei está sendo descumprida. Tentaram calar a minha voz, porque sabem que não me calo diante de injustiças. Talvez tenha sido esse o grande motivo pelo qual me excluíram. A quem interessa isso? Mais uma vez, os mistérios pairam sobre um processo de negociação da nossa categoria!
Agora estamos correndo atrás do prejuízo que tiveram as nossas pensionistas e a nossa reserva da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
O problema exige uma solução rápida. Para isso, nosso mandato está à disposição. Só com sacrifícios e união de todos os interessados é que chegaremos à vitória.
Os inativos e pensionistas estão indignados, e com razão
O 3º Sargento PM César Costa de Souza trabalhou 18 anos na polícia e por motivos de saúde foi colocado na reserva. No dia 23 de julho, ele escreveu um depoimento intitulado: “Valor de ser polícia”, amplamente divulgado nas mídias sociais da internet. As palavras do Sargento César expressam de forma exata o sentimento e a indignação de todos os inativos e pensionistas para com a atitude da Governadora do Estado: “[…] posso dormir com a consciência tranqüila. Não sei se a nossa governadora poderá dormir bem, sabendo que desonrou os que honraram, com suas vidas, o compromisso assumido perante a sociedade do Rio Grande do Norte” disse ele.
Contra fatos não há argumentos! O companheiro passa trinta anos trabalhando na polícia militar, vai para a reserva e é esquecido. Completamente esquecido, como se não existisse. Isso é um crime! Eu sou contrária a isso e irei usar, como sempre usei, o mandato que me foi dado pela categoria, para cobrar a sensibilidade da senhora governadora Rosalba Ciarlini no sentido de pagar o que é de direito ao pessoal da reserva e às pensionistas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar.
Aqueles que estavam à frente das negociações esqueceram que, ao se deixar excluir os companheiros da reserva e as pensionistas, deram um tiro no pé. Amanhã, serão eles e talvez suas companheiras, que estarão passando o mesmo, recebendo menos do que aqueles que se encontram na ativa.
Embora admire, enquanto mulher, a sua trajetória política, a Governadora do Estado, Dra. Rosalba Ciarline Rosado, cometeu um ato imperdoável. Neste momento, deixo de lado minha admiração pessoal e fico ao lado dos meus companheiros, lutando como sempre fiz, nas ruas ou, agora, na tribuna da Casa do Povo de Natal. Mesmo estando vereadora, continuo policial militar e não fujo à luta. Todos sabem e conhecem minha trajetória.
Vamos à luta, companheiros. A vitória depende da nossa união!