Núcleo de Base da JS promove cursinho pré-vestibular gratuito para alunos da rede pública de Florianópolis


Juventude Socialista de Florianópolis (SC)
11/10/2024

Projeto Doutor Darcy promove a integração entre teoria e prática, com metodologias dinâmicas que envolvem os alunos em discussões sobre temas atuais e questões sociais

A Revolução Começará Pela Educação: O Projeto de Extensão Universitária Doutor Darcy, Núcleo de Base e Projeto de Extensão Universitária organizado pela Juventude Socialista (JS) do PDT de Florianópolis (SC), tem se consolidado como uma importante iniciativa de inclusão e acesso à universidade na Capital do estado de Santa Catarina. Com mais de cinquenta alunos matriculados, o cursinho pré-vestibular social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) oferece uma oportunidade única para jovens de baixa renda e oriundos de escola pública se prepararem para os principais vestibulares do estado e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O Cursinho é coordenado pelo presidente da JS de Florianópolis, Matheus Lopes Morais, em conjunto dos estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFC) Lucas Kury, Victoria Salgado, Andrielle de Moura e Rafaela Alencar, e conta com o apoio de importantes docentes da UFSC, como o Diretor do Centro de Comunicação e Expressão, professor Fábio Luiz Lopes, e o professor de Direito e supervisor do Cursinho (enquanto projeto de extensão), Francisco Quintanilha. O Projeto Político Pedagógico foi desenvolvido pela Professora e militante Trabalhista, Thaliny Moraes, atual Presidente do Ecotrabalhismo em Santa Catarina, fato que fortalece ainda mais o compromisso com a educação crítica e libertadora.

Um dos diferenciais do projeto Doutor Darcy é a integração entre teoria e prática, com metodologias dinâmicas que envolvem os alunos em discussões sobre temas atuais e questões sociais. Com a crescente demanda, o projeto já estuda expandir o número de vagas e ampliar sua atuação em outras regiões da cidade. Para Matheus Lopes Morais, Coordenador do cursinho, o sucesso do projeto é reflexo da ausência de incentivo e capacitação dos nossos alunos da rede pública: “Quando analisamos processos emancipatórios que deram certo na história da humanidade, vemos que o grande feito foi servir a população de instrumentos de libertação, dentre eles a educação. Esse foi o trabalho dos grandes intelectuais e atores políticos do PDT ao longo dos seus 45 anos, legado esse que carregamos no nome do Cursinho e na metodologia de ensino.”

 

 

O nome do projeto, Doutor Darcy, é uma homenagem ao antropólogo, educador e político Darcy Ribeiro, um dos maiores defensores da educação pública e inclusiva no Brasil. A escolha reflete o compromisso do cursinho em seguir seus ideais, acreditando no poder transformador da educação para reduzir desigualdades e promover o desenvolvimento social. Assim como Darcy, que dedicou sua vida à luta pela democratização do ensino, o projeto busca oferecer uma educação crítica e acessível, que empodere os alunos e contribua para uma sociedade mais justa e igualitária.

Para Lucas Kury, vice-presidente da União Catarinense dos Estudantes e um dos coordenadores do núcleo, o projeto tem uma perspectiva pragmática e crítica, visando não apenas garantir a aprovação dos alunos nas universidades, mas também estimular o pensamento crítico e a formação cidadã: “Nosso objetivo é oferecer uma educação que vá além do conteúdo formal e mercantil. Claro, não temos a ambição de corrigir o atraso sistemático do ensino brasileiro em apenas alguns meses de aulas, mas nos comprometemos a provocar e conscientizar os alunos, formando cidadãos que sejam capazes de criticar e transformar suas realidades, e, ao mesmo tempo, que disputem e ocupem os espaços do ensino superior público que são historicamente cobiçados pela elite”, destaca.

Já Victoria Salgado, Diretora de Direitos Humanos da União Nacional dos Estudantes e Presidente da Juventude Socialista de Santa Catarina, destaca o caráter transformador do projeto, que resgata o papel social da educação ao promover uma formação revolucionária, especialmente para as camadas populares, historicamente excluídas do ambiente acadêmico: “A educação bancária, como dizia Paulo Freire, que imbeciliza nossas crianças a somente reproduzir o que as classes dominantes querem, não nos basta. A universidade tem afastado cada vez mais as camadas populares de suas fileiras, sendo nosso papel mostrar a eles que o ambiente acadêmico é lugar para todos e que somente a educação emancipadora poderá transformar o país que nós queremos!”.

 

 

Outro ponto importante é o apoio oferecido aos estudantes fora da sala de aula. O cursinho organiza atividades extracurriculares que promovem a integração entre os participantes e fortalecem o senso de comunidade. Para Vitorya Luiza de Souza, estudante do terceiro ano que está se preparando para o período de provas, “O Doutor Darcy ampliou minha visão em todos os sentidos. Não se trata apenas de passar em uma prova, o cursinho nos mostra a importância do conhecimento para além do vestibular, para as nossas vidas e futuro. As experiências e conversas são únicas e fazem com que nós, estudantes de escola pública, tenhamos força e confiança em nós mesmos! Ele visa muito além de apenas ajudar os alunos com conteúdos didáticos: a gente aprende que estudar não é apenas importante, mas também pode ser divertido”.

Com as atividades em pleno andamento e resultados já visíveis no progresso dos alunos, o Projeto Doutor Darcy se prepara para novos desafios. Nas palavras de Andrielle de Moura, o sucesso da iniciativa reforça a importância de projetos que aproximam a universidade da comunidade, concretizando o verdadeiro sentido de extensão universitária e assegurando que a educação seja um direito de todos: “Para muitos estudantes, o cursinho representa uma esperança de um futuro melhor e a concretização do sonho de ingressar na universidade”, afirma. “O objetivo agora é dar continuidade ao projeto e expandi-lo no próximo ano, atendendo a um número ainda maior de jovens em um maior período de tempo.”

As aulas acontecem quinzenalmente aos sábados, das 9h às 17h, no Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC, contando com almoço gratuito fornecido pelo Restaurante Universitário da UFSC. O projeto, que já foi regularizado como extensão universitária, conta com uma equipe de bolsistas e voluntários composta por estudantes e egressos da própria instituição, que se dedicam a ministrar aulas, elaborar materiais didáticos e acompanhar de perto o desenvolvimento dos alunos, abordando disciplinas centrais como Matemática, Português, História, Geografia, Química, Biologia e Redação, todas elaboradas de acordo com as demandas do ENEM e do vestibular da UFSC.