Neste 31 de agosto de 2016 a política brasileira escreve mais um capítulo sombrio na tão jovem e combalida democracia do país. O golpe parlamentar sofrido pela presidenta Dilma Roussef, nesta tarde, atinge em cheio mais de 54 milhões de brasileiros que fizeram a opção nas urnas por um projeto de governo voltado para as classes sociais menos favorecidas e pelo desenvolvimento.
Nós, Trabalhistas, herdeiros de Vargas, Jango, Brizola e tanto outros nomes, sabemos na pele o que significa um ataque desta natureza. Vargas, em 54, atirou contra o coração para evitar que a elite – a mesma de hoje – chegasse ao poder, retardando em 10 anos o golpe que Jango, em 64, sofreu.
Os tempos são outros. Mas sabemos que as motivações são as mesmas. A elite brasileira destila um discurso de ódio – disseminado por setores ultraconservadores da imprensa -, manipulando informações, o tempo todo, para que privilégios do tempo do Brasil colônia continuem ditando a hierarquia das classes sociais em um país com mais de 200 milhões de habitantes.
Brizola uma vez me disse: a politicagem e a política adulam e adoram a traição. A história abomina.
Diante deste golpe, na segunda quinzena de outubro, o Diretório Nacional do PDT irá se reunir para discutir os novos rumos políticos e nosso posicionamento perante ao governo ilegítimo. Colocaremos em pauta, ainda, a situação dos senadores do partido que votaram contra a decisão majoritária, votada e aprovada do Diretório Nacional de se posicionar contra o Impeachment de Dilma Roussef.
Brasília, 31 de agosto de 2016
Carlos Lupi
Presidente da Executiva Nacional do PDT