Lembrar da morte de quem lutou por toda uma nação é homenagear quem não viveu só por existir
Este ano, o PDT celebra por todo o Brasil, o Centenário de Nascimento de Leonel Brizola. E dentre as inúmeras homenagens que acontecerão ao longo deste 2022, ressalta-se a emocionante inauguração de um busto em tamanho real ícone do Trabalhismo na sede nacional do partido em Brasília, em cerimônia realizada no Dia Internacional do Trabalho. Uma grande justiça, embora provocada pelas circunstâncias, já que, devido à pandemia da Covid-19, as atividades que marcaram o início das homenagens, com direito à exposição na Câmara dos Deputados, não puderam acontecer no tão esperado dia 22 de janeiro, data de seu nascimento.
Mais irônico ainda é que, diferente de outras exposições realizadas naquela Casa Legislativa, ao invés dos 15 dias de praxe, fotos e fatos da trajetória de Brizola ficaram expostos por um mês no mais movimentado corredor do Congresso Nacional. Os motivos, mais uma vez circunstanciais, foram mais do que providenciais, já que mais pessoas puderam saber um pouco mais, e muitas vieram mesmo a conhecer detalhes importantes da trajetória do garoto que venceu a pobreza e, com muito estudo, suor, lágrimas e, não duvidemos, sangue, governou dois estados do Brasil, garantiu a posse de um presidente e entrou para os anais da política brasileira tendo como marca principal a luta, e muitas conquistas em prol dos diretos das pessoas mais desfavorecidas terem acesso ao alimento diário, à moradia, a uma educação de qualidade, ao trabalho digno e ao lazer.
E é por tudo isso, e tudo o que já foi dito e ainda há por se dizer que, de maneira nenhuma, lembrar a data de falecimento de Leonel Brizola, em meio às celebrações do centenário de seu nascimento, é um paradoxo que somos obrigados a cumprir por mera formalidade. Ao contrário, lembrar que hoje, 21 de junho de 2022, completam-se 18 anos que o Trabalhismo, o PDT, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul e a população brasileira deram adeus àquele cujo legado ainda nos impulsiona a lutar por um Brasil justo, digno e soberano, é o lustre que traz ainda mais brilho a todas as comemorações que ainda acontecerão em homenagem aos cem anos de sua existência.
Lamentar a morte de Brizola, ano após ano, ainda que venham a ser mais de mil – e que assim o seja – é homenagear o Leonel de Moura que foi filho, marido, pai e avô, e viveu em prol de uma causa maior do que simplesmente viver por existir. É ressaltar que cada lágrima derramada por ocasião de seu falecimento, umedeceu cada coração que se sentiu órfão, mas que também aprendeu a lutar e a sonhar com alguém que não dedicou seus dias para garantir um futuro melhor apenas para os seus, mas também para todas as famílias deste imenso continente chamado Brasil.
E o fruto dessa vida dedicada aos Diretos Humanos e à liberdade é que todos somos herdeiros de sua mais valiosa herança: seu legado, cuja inspiração que, de tão grande, nos impulsiona e seguir lutando, e ainda faz reverberar, em todos os lugares por onde circulam homens e mulheres de alma e coração trabalhistas, vozes que afirmam: “Brizola Vive!”.
Sim, há quatro meses das eleições deste ano, é importante lembrar que hoje nos aproximados de quase duas décadas sem a liderança lúcida, visionária, patriótica e realizadora de Leonel Brizola. Porém, mais do que lamentar sua ausência, devemos nos lembrar de que as conquistas de sua vida sempre irão apontar para um caminho a ser seguido por todos que desejam continuar vivendo na jovem e ainda em amadurecimento democracia de nosso País.