O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, reafirmou nesta quinta-feira, na Câmara dos Deputados, que não há esquema de corrupção no MTE. Segundo ele, “se alguém fez algo” no Ministério do Trabalho, foi por conta própria e deve pagar por isso.
Durante a audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, o ministro voltou a pedir desculpas à presidente Dilma Rousseff por ter dito que só sairia “à bala” do ministério. “Eu gosto de fazer o debate, às vezes exagero. Peço desculpas públicas. Presidente Dilma, me desculpe se fui ofensivo, eu te amo”, disse.
Total confiança
Lupi defendeu seu ex-chefe de gabinete Marcelo Panella, seu amigo pessoal, que se afastou do ministério em agosto. Ele é acusado de cobrar de 5% a 15% do valor do contrato com ONGs para restabelecer repasses suspensos por irregularidades. Panella é tesoureiro do PDT.
“Tenho absoluta e total confiança em Marcelo Panella. Coloco a minha função e vida à disposição de quem quer investigar o Marcelo”, disse Lupi, em resposta a deputados da oposição que questionaram a integridade do ex-assessor.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticou a vinda do ministro à Câmara antes de os parlamentares ouvirem os assessores que são alvo de denúncias. “Gostaria de convidar o ministro em outra oportunidade, depois de ouvir todos os denunciados”, disse.
Lupi disse que o que estão apresentando hoje é antigo e “fomos nós que apontamos. Isso é café requentado. Agora vou botar tudo no portal do ministério, porque não posso mais viver nessa angústia.”, afirmou.
Convênios
O ministro também rebateu criticas de parlamentares sobre a suposta demora da Pasta em analisar prestações de contas de contratos. O Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou ao ministério que faça um cronograma para reduzir o número de contratos sem registro no Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi).
O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) questionou o ministro sobre o porquê da demora na prestação de contas. Lupi garantiu que o Ministério do Trabalho é o que tem o menor número de contratos com prestação de contas a apresentar. De acordo com ele, de 2003 a 2007, a Pasta firmou 491 convênios com organizações não governamentais. Desse total, 97 ainda estão em execução, seis apresentam pendências, dez estão em análise, quatro prestações de contas foram rejeitadas e oito precisam apresentar documentos adicionais.
O ministro argumentou ainda que as prestações de contas são feitas em etapas e isso atrasa a entrega de informações. Ele lembrou que todos os procedimentos são acompanhados pelo ministério e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Com informações da Agencia Câmara