Em reunião realizada na noite dessa terça-feira (25), o PDT ratificou o fechamento de questão contra a proposta de reforma da Previdência do Governo. Conduzido pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, e pelo vice-presidente nacional, Ciro Gomes, o encontro aconteceu na sede nacional do partido, em Brasília, com a bancada federal pedetista na Câmara dos Deputados e no Senado.
Vários pontos da atual conjuntura política e econômica do País foram discutidos na reunião, que teve como principal objetivo alinhar as ações dos parlamentares do partido no Congresso Nacional, em relação aos posicionamentos da legenda pré-definidos pela Executiva Nacional.
O PDT permanece contrário à proposta de reforma da Previdência, mesmo após o relatório substitutivo à PEC 6/19, apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), porque, no entendimento do partido, embora o relatório traga alterações significativas na proposta inicial do Governo, o texto preserva muitos pontos graves e acrescenta itens ainda mais prejudiciais aos trabalhadores mais pobres.
“Não estamos nos recusando a reconhecer que há um problema”, ponderou Ciro, ao explicar que, no entanto, essa versão da reforma proposta não produz os efeitos necessários para o crescimento econômico do País e nem para o efeito fiscal das contas públicas, além de não solucionar o problema do desemprego que assola a Nação.
Na visão de Ciro, que tem viajado pelo Brasil explicando para a população os aspectos negativos da reforma apresentada pelo Governo e as soluções propostas pelo PDT, dentre outras questões, o povo está amedrontado ante à possibilidade de uma possível quebra do País, caso a reforma não seja aprovada, devido às propagandas disseminadas pelo Governo Federal e por outros segmentos.
Ciro também mencionou uma recente fala do próprio secretário do Tesouro Nacional, admitindo que, ainda que a atual proposta seja aprovada, justamente por ela não promover os ajustes econômico e fiscal necessários, não haverá condição de investimentos no Brasil pelos próximos dois ou três anos.
“Mas vai ter um efeito destrutivo junto à população, quando começarem a entender que as duas condicionalidades simultâneas, de idade mínima mais 40 anos ininterruptos de contribuição, são devastadoras para o povo mais pobre do Brasil”, alertou Ciro.
De acordo com o pedetista, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em média, em 40 anos, o trabalhador brasileiro fica oito sem carteira assinada. A matemática desses números, calcula Ciro, revela que a idade média de aposentadoria subiria, na prática, para os 73 anos.
“Ou seja, não haverá aposentadoria para os estados mais pobres, e isso, a fixa ainda não caiu”, observa.
Complementando as colocações de Ciro, o deputado federal André Figueiredo, líder do PDT na Câmara, apresentou outros motivos pelos quais o partido permanece contra o atual texto de reforma da Previdência, inclusive após o relatório substitutivo.
“Essa proposta é ainda pior do que a PEC do Governo. Primeiro porque ela desconstitucionaliza a lei ordinária, e esse é um ponto fatal das questões previdenciárias do Brasil”, frisou o líder.