Na Internacional Socialista, Manoel Dias prega união contra retrocesso neoliberal


FLB-AP
06/11/2017

“Os ventos neoliberais invadem nossa América”, afirmou o secretário-geral do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), durante a reunião do Comitê para América Latina e Caribe da Internacional Socialista (IS). Realizado na República Dominicana, o encontro mobilizou lideranças de partidos filiados.

Em seu discurso, Dias foi enfático ao ratificar a importância do fortalecimento da união socialista. “É indispensável para o enfrentamento desses desafios que nos são impostos na perspectiva da inclusão produtiva e social da nossa gente”, disse o pedetista, que estava acompanhado do vereador de Porto Alegre, Márcio Bins Ely e da representante da Ação da Mulher Trabalhista, Nádia Pacheco.

Ao exaltar o legado trabalhista, a partir das conquistas de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, Dias criticou o atual contexto existente no continente e “o devastador estrago proporcionado por elites retrógradas”. “O neoliberalismo aniquila os direitos do povo e as riquezas das nações latino-americanas”, relatou.

“Por isso, é inescapável que, além das relações de mercados, dos acordos e tratados comerciais, se avance na direção dos direitos sociais, das inovações tecnológicas, dos bens de consumo e dos valores humanísticos”, completou, ao destacar o legado de Leonel Brizola e a relevante participação do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, como também vice-presidente na entidade.

Iniciado ontem (3), o evento foi conduzido pelo secretário-geral da IS, Luis Ayala, e pelo presidente do Comitê para América Latina e Caribe e do Partido Revolucionário Dominicano (PRD), Miguel Vargas Maldonado.

Ao longo dos debates, os membros também avaliaram as prioridades atuais nas políticas impulsionadas na região e fizeram considerações sobre as ausências e déficits da democracia no continente americano.

Evidenciando a situação do seu país, o pedetista criticou o atual governo. “No Brasil, governado ilegitimamente por Michel Temer, tem sido recorrente o desmonte do estado do bem estar social, especialmente, quanto às políticas públicas de educação, saúde, assistência social e trabalho, emprego e renda com retrocesso nas políticas públicas de combate ao trabalho escravo”, pontuou Dias, que foi ministro do Trabalho e Emprego no governo de Dilma Rousseff.

Identidade

Representante brasileiro na entidade, o PDT é associado desde 1989. Os membros da entidade compartilham valores e princípios em favor da democracia, justiça social e solidariedade.

“Os laços que unem o Brasil à Internacional Socialista vêm de longe. Nos anos 50, já mantinha correspondência com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ao exilar-se em Lisboa, Brizola intensificou seus contatos com a Internacional Socialista e passou a frequentar as reuniões como observador”, relembrou Dias.

Na sua fala, o pedetista também comentou que Brizola, em Nova York, iniciou seus contatos com os líderes dos partidos que compunham a Internacional Socialista e, assim, foi recebido oficialmente pela entidade em fevereiro de 1978, em Hamburgo.

Com o regresso de Brizola ao Brasil, em 1979, a aproximação com a organização continuou prosperando e, a partir da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), em 1980, os contatos tornaram-se oficiais.

“O partido criou o grupo para Relações Internacionais e, mais tarde, a Secretaria de Relações Internacionais. Em 1983, realizou-se a reunião da Internacional Socialista no Brasil e do Comitê para a América Latina e o Caribe. Seis anos depois, o partido tornou-se membro pleno da entidade”, relatou o pedetista.