“Muitos não querem uma mulher no poder”, diz pré-candidata ao governo Carol Braz


Ascom Carol Braz
18/05/2022

A ex-juíza e defensora pública promete não se dobrar aos poderosos que tanto mal fizeram ao povo do AM

A reunião realizada com os moradores do Núcleo 15 da Cidade Nova, na noite desta terça-feira (17), foi marcada por muita emoção e um forte sentimento de luta pela justiça. De um lado, a pré-candidata ao governo do Amazonas, Carol Braz, defensora pública que sempre pautou sua vida e carreira na justiça, submete seu nome, pela primeira vez, às eleições estaduais, em busca de melhorar a vida da população do estado, vítima de desmandos e da corrupção dos que estão no poder. Do outro lado, dona Maria Bernadete Souza, agricultora familiar, mãe e membro de uma comunidade indígena que busca na justiça melhores condições de vida para si e para os membros de sua comunidade.

O encontro dessas duas mulheres, de universos tão diferentes, deu “match” e emocionou os presentes. Um abraço e lágrimas selaram essa união que promete vencer as barreiras, num momento de pura sororidade, quando uma mulher sente a dor da outra e solidariza com ela.

“Eu acredito em Carol Braz, eu acredito nela desde a hora em que vi, nos olhos dela, a verdade quando ela se ajoelhou em minha frente e sentiu a minha dor, quando eu disse que estava comendo apenas ovo. Quando eu falei que tenho uma filho com deficiência e que lutava muito por ele. Quando eu falei que era agricultora familiar e passava por diversas dificuldades. Quando tu se colocou no meu lugar e chorou comigo a minha dor, eu vi o quanto és verdadeira. É por isso que tu, Carol Braz, tem meio apoio, tem meu amor, tem meu voto”, disse a agricultura.

Dona Maria Bernadete ressaltou que esse ato de Carol ao apoiá-la com um simples abraço e compartilhando suas lágrimas e dores, demonstra a capacidade da defensora pública em se importar com os mais humildes e lutar pela dor e pelas dificuldades da população. Por conta das dificuldades financeiras, sobrevive com dificuldades junto com o marido, também me agricultor familiar. E relatou que, devido a problemas financeiros, tem dificuldades até para se alimentar.

“Você conhece meu filho e sabe da condição psiquiátrica dele. Nós vivemos com muita dificuldade, Carol. Hoje, diante de tantos problemas financeiros, hoje só estamos podendo nos alimentar de ovo”, relatou.

A agricultora relata que além das dificuldades financeiras, os membros da comunidade vivem, ameaçados por grileiros e incentivadores de invasões no Rio Cuieiras.

“Eu estou aqui na condição de representar a comunidade de pequenos agricultores do Tarumã-Açu. Sou feliz e moro lá. Mas estamos vivendo uma situação de insegurança total. Você, Carol Braz, é a última esperança para o Amazonas. Estamos vivendo uma questão de grilagem [roubo de terras] lá. Estamos ameaçados. Nós, que de nossas mãos saem produtos para alimentar toda a gente de nosso estado, estamos vivendo momentos terríveis. Como pequenos agricultores, estamos vivendo com medo e ameaçados por um incentivador de grilagem e de invasão no rio Cuieiras. Procuramos todos os órgãos, com nossos documentos, fizemos a denúncia e, inclusive para o Batalhão do Meio Ambiente, e nada fizeram. Nossa última esperança é você, Carol, porque vi que você, como mulher, mãe e uma pessoa da justiça, se importa com a nossa dor e vai nos ajudar”, disse a agricultora.

A agricultora disse que já chegou a passar perigo de morte dentro de sua casa.

“Eu estava em casa, com o meu filho quando dois homens colocaram o rosto pra dentro da minha janela, trazendo com eles um cachorro enorme e falavam: ‘abre a porta, abre a porta, abre a porta, agora’. Vocês imaginam o medo que eu passei com a minha condição de idosa e com o meu filho. Eu só tive forças para pegar o meu celular e disse que ia ligar para o patrulhamento da polícia ambiental. Foi o tempo deles descerem meu lote, eu ouvi o barulho do motor e eles partindo. Eram piratas do rio. Eu não sei o que poderia ter acontecido se eu não tivesse agido dessa forma. Então, nos deparamos com esse tipo de grilagem, esse tipo de invasores e precisamos muito de ajuda lá”, disse a agricultora.

Maria Bernadete convidou Carol Braz a visitar a sua comunidade. Emocionada, Carol chorou mais uma vez, abraçada à agricultora.

“Eu compartilho de sua dor, eu quero ajudar a resolver seus problemas e da população que precisa. Não é apenas como pessoa pública que me coloco em seu lugar, mas sim como mulher, como mãe. Como uma pessoa que não aceita atos de injustiça como esses que a que você está sendo submetida. Sou eu que sinto muito orgulho de conhecê-la, Maria Bernadete. De ver em você a mulher batalhadora e justa que cria seu filho com dificuldade, que sustenta sua casa com suas mãos e do seu marido. E que defende seu lar com muita coragem”.

Durante seu discurso para os moradores do bairro Cidade Nova, Carol Braz lembrou que o estado vive situações de discrepâncias em todos os níveis de atuação. Mesmo possuindo leis que deveriam reger as atividades da gestão pública e melhorar a vida da população, os atuais membros do governo não se importam em cumprir o que é o certo.

“Na luta pela energia, por exemplo, existe uma lei que proíbe o corte de energia no final de semana e na véspera de final de semana. Alguém já parou para se perguntar quem fez essa lei? Foi Luiz Castro [candidato ao senado pelo PDT], que se preocupou com o povo do Amazonas. Outra situação: quem aqui não tem uma criança, na escola que sofreu bullying? Criança que precisa de um acompanhamento de uma assistente social, uma psicóloga para ajudá-los? Quando foi deputado, Luiz Castro criou uma Emenda Constitucional para colocar assistente social nas escolas. Mas quem disse que o Governo cumpriu? É obrigado a ter assistente social em todas as escolas, mas não tem”, disse a defensora pública.

Segundo Carol, para atender às 34 escolas da Zona Leste da cidade, há apenas uma assistente social.

“Quem vai acreditar que essa assistente social vai dar conta de atender 44 mil alunos? Isso é brincar de fazer assistência social no estado. Isso é brincar com a nossa cara e dizer que está cuidando de nossas crianças. Por isso, para mim é uma honra caminhar ao lado de Luiz Castro”, ressaltou Carol.

Como defensora pública, Carol disse que viu muitas injustiças e que, por isso, decidiu se colocar na eleição para Governo do Amazonas.

“Chega uma hora que a gente tem que dar um passo adiante para fazer a justiça para o povo do Amazonas. Como defensora pública, me dói entrar com ações individuais e não conseguir ajudar mais pessoas. E, quem mais descumpre a lei é o próprio estado”, disse.

Sobre a questão das altas taxas de energia, uma das principais reclamações dos moradores do Núcleo 15 da Cidade Nova, Carol responsabilizou os próprios governos, que privatizaram o serviço e não deram alternativas para a população. “Somos reféns dessas empresas. Vocês tem direito de escolher qual a prestadora vai levar energia para às suas casas? Hoje, vivemos um monopólio em virtude das nossas escolhas políticas. Por isso, é tão importante não pensarmos somente em quem vamos escolher para ser governador. Precisamos pensar quem serão nossos deputados estaduais? Quem vamos eleger como deputados federais? Quem será o nosso senador?”

Carol lembrou que o governador escolhido pela população não poderá fazer nada sozinho.

“Precisamos de pessoas de confiança na Assembleia Legislativa e no Senado. Luiz Castro teve 580 mil votos. Foi por muito pouco e, como vocês disseram, agora vai”.