O juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, libertou sábado (26/5) passado nove presos da Operação Xepa, cujo foco foi a empreiteira Odebrecht, e decidiu declinar de sua competência e remeter a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Antes, porém, Moro oficiou o Ministério Público Federal para que se pronuncie acerca da decisão pelo encaminhamento a instância superior.
O magistrado paranaense, assim, repassaria à instância superior os autos relacionados ao “Listão da Odebrecht”, que revelou financiamento de campanhas de mais de 200 políticos de todos os partidos, notadamente de raposas felpudas da oposição. Segundo Moro, não é possível determinar se os pagamentos que aparecem na lista são legais ou ilegais e, por envolver pessoas com foro privilegiado, não lhe caberia a investigação.
“Decidirei a questão na próxima segunda-feira, mas é provável a remessa de ambos os feitos à Egrégia Suprema Corte diante da apreensão na residência do executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior de planilhas identificando pagamentos a autoridades com foro privilegiado”, escreve o juiz em seu despacho.
No listão, apreendido com o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Junior, apareceram os nomes dos principais líderes do impeachment, como Aécio Neves e José Serra (PSDB), Paulinho da Força (SD), Roberto Freire (PPS), Antonio Imbassahy (PSDB), Agripino Maia (DEM), Cássio Cunha Lima (PSDB) e muitos outros.