Nesta quarta-feira (23/05), a família e amigos do ex-senador Jefferson Peres, participarão de missa, celebrada na Igreja Nossa Senhora de Nazaré, no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul de Manaus, em lembrança aos quatro anos de falecimento do parlamentar.
A missa será celebrada pelo pároco da igreja, Padre Alfredo, o mesmo que realizou a celebração ano passado. Segundo a viúva de Jefferson Peres- falecido em maio de 2008 aos 76 anos -, a juíza aposentada Marlídice Peres, a minha intenção é que haja um registro, com a presença a família e amigos, com um momento de oração. “Esta é uma data muito significativa e importante para nós”, disse.
Peres faleceu na tarde de 23 de maio de 2008, vítima de um infarto fulminante. Político considerado ativo pela opinião pública, ele teve como uma das principais características a ética no parlamento. Ele passou por dois mandatos de vereador e por outros dois mandatos consecutivos de senador pelo PDT, falecendo antes do final do segundo mandato, o qual encerraria em 2011.
“O grande legado dele foi o elevado espírito público e a ética”, disse Marilze, lembrando que tais qualidades foram reconhecidas em todo o País. “Até hoje, a grande imprensa o lembra, a exemplo da revista Veja, que fez uma matéria com a foto dele, dois anos depois (do falecimento), com a foto que (o jornal) A Crítica publicou na ocasião da morte, lembrando a falta que fazem políticos como ele (no Brasil)”.
Ela lembrou, ainda, do artigo publicado também na revista Veja, no dia 25 de abril deste ano, de autoria da escritora Lya Luft, intitulado “O dia de não saber”, no qual ela cita Jefferson Peres, fazendo uma reflexão sobre os problemas no País e o exemplo de ética que continua sendo o senador. Marlídice disse que, se estivesse vivo, ele daria grande contribuição a processos desenvolvidos no Congresso Nacional, a exemplo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos do contraventor Carlinhos Cachoeira e seu envolvimento com políticos.
Trajetória
O político, que teve a vida marcada pela ética e combate à corrupção, participou intensamente dos debates sobre temas nacionais sem perder de vista a discussão dos problemas que afligem o Amazonas e, em especial, a cidade de Manaus. Ele defendia que uma das principais causas dos problemas sociais no Brasil é a ineficiência da administração pública, que gasta muito e aplica mal o dinheiro do contribuinte.
“O Estado brasileiro é perdulário, ineficiente e corrupto”, afirmou em artigo publicado em abril de 2007. Para conter este mal, fonte das grandes mazelas sociais, como o analfabetismo e a falta de saneamento básico, Péres chegou a propor que a corrupção fosse tipificada como crime hediondo. “Todos aplaudem a forma como age a Polícia Federal, ao algemar e prender suspeitos de corrupção, sem poupar ninguém, a mostrar que todos são iguais perante a lei”, escreveu o senador.
Antes de morrer, teve a oportunidade de ver o resultado de uma de suas denúncias, a prisão de funcionários da Prefeitura de Coari e de empreiteiros envolvidos em fraudes de licitação. Um ano antes, havia denunciado, junto com o deputado Francisco Praciano (PT), as irregularidades da gestão do prefeito Adail Pinheiro à Controladoria-Geral da União (CGU).
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