Período visa ressaltar o direito à dignidade e à existência dessas pessoas; pertinente não apenas a este mês da visibilidade, mas a todos os dias
O termo “trans” é uma abreviação de “transgênero”, que se refere às pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascerem. Nos últimos anos houveram avanços, porém, o Brasil continua um pais muito transfóbico – termo que se refere a quem tem preconceito contra a população trans.
Dados da organização não governamental TransGender Europe (TGEU), colocam o país, por 12 anos consecutivos, como o “país que mais mata pessoas trans no mundo” com ênfase nos assassinatos das mulheres trans e travestis.
Além dos crimes de ódio, pessoas trans sofrem com a rejeição familiar, muitos acabam por desistir da escola, ficando sem terminar os estudos, enfrentam grandes dificuldades de inserção no mercado de trabalho, entre outros problemas. Isso nos deixam altamente vulneráveis, sejam nos níveis sociais e nos níveis pessoais de nossas vidas. Somando todas essas opressões, percebe-se uma saúde mental fragilizada dentro dessa população, que muitas vezes leva ao suicídio de muitos de nós.
Por todos esses problemas, se faz tão necessário a presença de pessoas trans nos mais variados âmbitos. A inserção de pessoas trans, principalmente em âmbito político, é fruto de sua própria mobilização pelo respeito a suas especificidades e valorização de suas experiências.
Como exemplo disso, temos o PDT como primeiro partido político do país a ter uma transexual em sua executiva nacional, a presidenta nacional do PDT Diversidade, Amanda Anderson, que tanto luta pelas pessoas trans e que se propôs a utilizar seus conhecimentos jurídicos e políticos a favor do movimento LGBTI+.
O dia 29 de janeiro foi escolhido por ser a data de lançamento oficial da campanha “Travesti e Respeito”, promovida pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde em 2004, com a participação de militantes históricas, como as travestis Fernanda Benvenutty, Jovana Baby, Kátia Tapety, Keila Simpson.
O dia da visibilidade trans, nada mais é do que um lembrete de que todas, todos e todes tem direito à vida e à dignidade, de poder ser aquilo que se é, com oportunidades reais de vida. Como disse a criadora da bandeira trans, Mônica Helms.
“Azul para meninos, rosa para meninas, branco para quem está em transição e para quem não se sente pertencente a qualquer gênero: isso significa que não importa a direção do seu voo, ele sempre estará correto!”
*João Fernando Vilela é presidente estadual do PDT Diversidade do Mato Grosso do Sul.