“O Brasil precisa de reformas, mas o que foi feito na CLT foi um atentado para subtrair direitos do povo“, criticou o ex-ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, ao analisar nessa quinta-feira (10) a situação do mercado durante o debate promovido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Florianópolis (SC).
Secretário-geral nacional do PDT, ele comparou a situação dos mais de 13 milhões de desempregados em todo o país com a expansão do sistema financeiro nacional.
“A taxa de desemprego e a rentabilidade dos bancos batem recordes inversos. O país está com o menor índice de trabalhadores com carteira assinada da história e o sistema financeiro alcançou os maiores lucros já registrados: R$ 16,3 bilhões. Isso não pode continuar”, explicou Dias.
“A reforma trabalhista do Temer só prova que o objetivo era precarizar o trabalho e ampliar a informalidade. Nem a ditadura militar teve essa audácia. Mas vamos reverter essa reforma e estancar a sangria de direitos”, garantiu, ao ser aplaudido por centenas de jovens.
Essa realidade, segundo ele, só ratifica o perfil de quem está no poder e o retorno da cartilha neoliberal.
“O que está em jogo são as riquezas nacional e a força do Estado brasileiro. Querem seguir entregando o patrimônio que é do povo. O pré-sal já foi. Agora estão focados na Eletrobras”, listou, ao completar: “As duas últimas décadas de avanços sociais revoltaram quem esteve no poder por 500 anos.”
Para o pedetista, o risco da efetiva ruptura democrática é também real no atual cenário político do Brasil, pois, no voto, a direita não tem mais êxito.
“Já utilizaram o impeachment e não existe limite para essa elite burguesa. Se os cidadãos não abrirem os olhos e ocuparem as ruas, vamos ver a avalanche predatória desse sistema avançar ainda mais”, alertou.