Jornalista rebate declaração durante entrevista à TV Comunitária de Brasília
O jornalista Osvaldo Maneschy, membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), conselheiro da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) e ex-assessor do fundador do PDT, repudiou, nesta terça-feira (12), a declaração de um banqueiro que confessou ter desejado a morte de Brizola. A fala ocorreu durante um evento do BTG Pactual e foi recebida com risos pela elite financeira. Durante entrevista ao jornalista Beto Almeida, no programa Contra Corrente, da TV Comunitária de Brasília, Maneschy rebateu a declaração, ressaltando que a hostilidade dos banqueiros contra Brizola tem histórico, já que o ex-governador sempre combateu a tirania financeira e governou em defesa do povo.
“O Brizola foi um cara que a direita tentou matar ou matou ele várias vezes”, afirmou Maneschy ao entrevistador, o também jornalista Beto Almeida, destacando que a perseguição ao líder trabalhista começou ainda na ditadura militar, quando ele passou 15 anos no exílio. “Eles acharam que tinham que acabar com o Brizola porque ele tem uma relação muito forte com esse lado da população. Era um guri pobre do Rio Grande do Sul, que não tinha sapato no inverno, e que se tornou um grande líder do Brasil”.
O banqueiro em questão, Rogério Xavier, justificou seu desejo ao afirmar que Brizola “destruiu o Rio de Janeiro”, uma distorção histórica que ignora as transformações promovidas pelo Trabalhismo. “Brizola governou para o povo e enfrentou os interesses dessa gente. Criou os Cieps, levando educação em tempo integral para crianças da periferia, e fez mais de seis mil escolas no Rio Grande do Sul. Como é que você pode odiar um governante que fez isso?”, questionou Maneschy.
Para o jornalista, a hostilidade do sistema financeiro contra Brizola se deve à sua histórica luta contra os rentistas, que lucram à custa do Brasil. “Ele falava em estatizar os bancos se fosse necessário. Sempre defendeu um Estado forte, capaz de enfrentar a elite financeira e garantir uma economia voltada para o povo”, destacou.
A reação de Maneschy também denunciou o simbolismo por trás da declaração e da cumplicidade dos banqueiros que riram da fala. “O pior não é só o banqueiro que disse isso, mas a gargalhada geral. Eles sabem que são inimigos do Brasil e têm orgulho disso”, disse. “E ainda se preocupam com o Brizola morto. Ele morreu em 2004, e eles ainda têm medo dele em 2025. Isso diz muito”.
Brizola segue atual
Na entrevista, Beto Almeida, diretor do documentário “Vargas: a transformação do Brasil”, também criticou a declaração do banqueiro, destacando que o pensamento de Brizola segue vivo e atemporal.
“Existe uma conexão direta entre o Brasil ser uma das maiores sociedades desiguais do mundo e o projeto dos rentistas que dominam a política econômica. O que Brizola denunciava lá atrás segue acontecendo, e é por isso que eles ainda o temem, mesmo depois de sua morte”, afirmou Beto.
Ao final, Maneschy reforçou que o PDT segue na trincheira de Brizola. “O partido continua combatendo essa tirania financeira, defendendo um Brasil soberano, onde o dinheiro do povo seja investido na sua própria qualidade de vida e não na conta dos banqueiros. Essa é a luta que Brizola travou e que nós continuamos travando”.
Assista aqui a entrevista completa.