A questão fundamental dos nossos dias é evitar o desmonte do País e lutar pela reconstrução incessante de um projeto de nação mais generoso
De um lado, há um projeto colocado em prática da forma mais cruel possível pelo governo de Jair Bolsonaro: o da destruição do Brasil como um país soberano, autônomo, integrado ao mundo de forma responsável e calcado nos anseios de justiça social para o seu povo.
Do outro lado, devemos estar todos aqueles que, mesmo tendo diferenças pontuais ou até mesmo profundas, sabem que a questão fundamental dos nossos dias é evitar o desmonte do País e lutar pela reconstrução incessante de um projeto de nação mais generoso.
A aliança entre a necropolítica de Bolsonaro – expressa de forma inequívoca na maneira como o governo lida com a maior crise sanitária do último século – e a rapinagem do mercado financeiro, que só consegue mensurar o mundo a partir da lógica do capital, colocou o Brasil em uma situação inédita na história da República.
Tudo parece desmanchar.
Acuado pela queda de sua popularidade, o presidente inepto tenta encontrar bois de piranha, para sacrificá-los em nome da manutenção de um governo que já deveria ter sido escorraçado com veemência.
A estratégia agora parece ser a de jogar toda culpa sobre o descalabro da crise sanitária na figura do Ministro da Saúde, um general tido como especialista em logística e estratégia que mais pareceria personagem de comédia, se não estivesse envolvido na sinistra trama que já matou mais de 200 mil brasileiros.
Precisamos trabalhar sem tréguas! Urge derrotar Bolsonaro e o seu projeto de morte!
Urge pensar numa recuperação do Brasil que inclua a vacinação em massa, a reestruturação da economia e medidas de proteção social!
É necessário refletir, por exemplo, sobre como o campo da cultura, tão abalado pela pandemia, pode ser um dos pilares mais fortes para a reconstrução do que foi devastado.
São inúmeros os casos em que, ao longo da História, o setor da cultura foi o alicerce da reconstrução de economias em crise, da geração de empregos e do reavivamento da vida em comunidade.
Ao mesmo tempo em que a luta em Brasília, no Congresso Nacional, se faz premente, é de fundamental importância que os parlamentares não se distanciem de suas bases.
Tenho buscado construir pontes em todo o estado do Rio de Janeiro para discutir, escutar, propor, pensar coletivamente, especialmente a partir do binômio saúde e cultura, em alternativas que apontem para o país que queremos. Não podemos ser testemunhas passivas da destruição.
Devemos ser agentes de reconstrução do futuro, cuja costura, ornamentada com bordados de luta, coragem e esperança, estamos tecendo desde já.
* Chico D’Angelo é deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro.